Ângelo Pimentel

“(Pimentel e Harlei) obtiveram, mediante fraude, vantagem ilícita, uma vez que receberam R$ 35 mil, do primeiro representante Gilvan Oliveira Costa que foram depositados na conta pessoal do primeiro representado (Ângelo Pimentel), sendo R$ 25 mil em 03/12/2015 e R$ 10 mil em 10/02/2016 conforme ficou demonstrado dos depósitos bancários em anexo.”

“Resta evidente os indícios de autoria e materialidade do crime de estelionato suficientes para a abertura de inquérito policial”

(Trecho de Ação que tramita na 10º Vara Criminal de Belo Horizonte, oriunda de Inquérito Policial da 8ª Delegacia de Goiânia/GO)


Ontem, em entrevista ao portal “Superesportes”, o executivo de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, confirmou sua proximidade com o agente de jogadores Ângelo Pimentel, mas tratou de defendê-lo, minimizando informações do Blog do Paulinho de que este seria, de fato, a pessoa a comandar as negociações de atletas do clube:

“O Ângelo Pimentel não é bandido. Aqui em Minas Gerais todo mundo conhece o cara, sabe que é um cara íntegro”

“O Ângelo Pimentel é um cara do meu convívio como todos os outros empresários. Sou uma pessoa de bom relacionamento.”

“Esse blog do Paulinho não é contra mim não. É contra o Kalil, é contra o América, é contra o Corinthians. O cara parece revoltado com a vida”

http://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/cruzeiro/2017/10/29/noticia_cruzeiro,438102/entrevista-exclusiva-itair-machado-fala-sobre-planos-no-cruzeiro.shtml

O homem “íntegro”, que Itair trouxe para fazer negócios no Cruzeiro (em verdade, é quem está comandando o departamento de futebol), responde a ação na 10º Vara Criminal de Belo Horizonte/MG, após inquérito policial, instaurado em março deste ano no 8º DP de Goiânia/GO, indiciá-lo pela prática de estelionato.

As provas, obtidas pelo Blog do Paulinho nos autos da ação (disponíveis para qualquer torcedor cruzeirense consultar) são absolutamente robustas.

Em depoimento, Gilvan Oliveira Costa, sogro do jogador Gabriel Alves da Silva, diz que, em 2015, levou o atleta para realizar testes no America/MG.

Neste período, ambos foram apresentados ao agente Ângelo Pimentel, que passou, então, a procurar oportunidades para o garoto.

No final de 2015, Gilvan foi contatado por Pimentel com a promessa de que conseguiria colocar o jovem Gabriel no Goiás, e que o dirigente Harlei de Menezes, com quem mantinha bom relacionamento, facilitaria a operação.

Harlei, porém, ouvido no inquérito, desmente, dizendo que no período do negócio estava fora do Goiás há quatro meses, nunca tratou com atletas da base e que, de fato, os emails do agente chegaram em sua caixa postal, mas nunca foram respondidos.

Fica a impressão de que Ângelo Pimentel vendeu o dirigente sem que este soubesse, apenas para iludir a família do jogador.

Dando sequência ao golpe, para que o objetivo prometido fosse alcançado, Pimentel exigiu depósito antecipado de R$ 25 mil, acrescidos de mais R$ 10 mil na data de apresentação do atleta ao clube.

A polícia trata este pagamentos, mesmo que não houvesse ocorrido crime de estelionato, como procedimento de recebimento de vantagens indevidas (popularmente tratada como “propina”).

Induzido ao erro e no desespero de gerar oportunidade profissional ao genro, Gilvan efetuou um TED de R$ 25 mil, no dia 03 de dezembro de 2015, na conta pessoal de Ângelo Pimentel, no Banco Itaú, comprovado pelo documento abaixo:

Após o depósito, Pimentel prometeu ao sogro do jogador Gabriel que este seria contemplado com uma vaga no alojamento do Goiás, assinatura de contrato profissional por três anos e salário inicial de R$ 6 mil mensais.

No dia 10 de fevereiro de 2016, assim que o jogador pisou em solo goiano, oriundo do Rio de Janeiro, Gilvan efetuou o segundo repasse, de R$ 10 mil, também na conta de Ângelo Pimentel, conforme demonstra comprovante abaixo:

Duas semanas depois, o engodo foi descoberto: Gabriel, que já treinava na equipe principal sub-20 do Goiás, soube que não mais poderia permanecer no alojamento, sendo obrigado a custear despesas de moradia e alimentação.

O contrato profissional, de três anos, prometido por Pimentel a troco do dinheiro depositado, também inexistia.

A família entrou então em contato com o agente, que passou a encobrir as promessas anteriores com outras, razão pela qual, sem alternativa, até pelo sonho de se tornar profissional, decidiram manter o jogador no Goiás, mesmo sem o vínculo prometido, tendo ainda que mantê-lo às próprias custas.

Um ano depois Gabriel saiu do Goiás.

Diz trecho do inquérito policial que indiciou Pimentel por estelionato:

“(Pimentel e Harlei) obtiveram, mediante fraude, vantagem ilícita, uma vez que receberam R$ 35 mil, do primeiro representante Gilvan Oliveira Costa que foram depositados na conta pessoal do primeiro representado (Ângelo Pimentel), sendo R$ 25 mil em 03/12/2015 e R$ 10 mil em 10/02/2016 conforme ficou demonstrado dos depósitos bancários em anexo.”

“Resta evidente os indícios de autoria e materialidade do crime de estelionato suficientes para a abertura de inquérito policial”

Vale lembrar que Itair Machado é sócio de Ângelo Pimentel, a quem trata como “homem íntegro”, desde os tempos de Ipatinga, razão pela qual trazê-lo para o Cruzeiro junto com outro agente, Marcelo Djian, não se trata, evidentemente, de mera coincidência.

O Cruzeiro está sendo utilizado por gente de má-fama no submundo do esporte, com objetivos claros que, por razões óbvias, sobrepõe-se ao de torcedores, conselheiros e associados da agremiação.

ABAIXO, EMAIL INTERCEPTADO PELA POLÍCIA, APÓS QUEBRA DE SIGILO, ENVIADO POR ÂNGELO PIMENTEL AO GESTOR DE FUTEBOL DO GOIÁS:

VÍNCULO “NÃO PROFISSIONAL” DE GABRIEL COM O GOIÁS:

O Blog do Paulinho procurou todos os citados na matéria… alguns negaram-se a responder outros ignoraram as solicitações para entrevista.

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