Andres Sanches, Tadeo Sanchez e Ronaldo

Investigado criminalmente pelos MP-SP e MPF, além de Polícia Federal e STF, a organização criminosa gerida pelo grupo “Sol Embalagens”, da família do deputado federal Andres Sanches (PT), desespera-se, diariamente, ao ver esgotar, diante da mudança de quadro político nacional, fontes de recursos e parceiros para ocultação de seus malfeitos, situação ampliada após a queda do PT, a quem ajudava financeiramente para ser beneficiada comercialmente.

O Blog do Paulinho, que desvendou os segredos dessa gente e é base de boa parte dos procedimentos judiciais que os afligem, teve acesso, recentemente, a detalhes do organograma funcional da quadrilha, com revelações importantes repassadas por gente de dentro da organização.

Graúdo membro da facção revela:

“O Andres Sanches sempre foi um problema para a família… era um vagabundo que ficava criando problemas no CEASA… para que não o matassem por conta de golpes que aplicava no local, o pai dele, que sempre foi trabalhador, implorou para o José Sanchez (irmão) lhe dar emprego na SOL”.

O primo de Andres Sanches, citado pela fonte, trata-se de José Sanchez Oller, que seria, de fato, o “Poderoso Chefão” do esquema, que consiste, resumidamente, em criar empresas fantasmas em nomes de “laranjas”, quase sempre funcionários, para que estas atuem no crime de “arara” e também, soubemos, em evasão de divisas, contrabando, etc.

Nosso informante explica como Andres Sanches deixou de ser empregado para tornar-se um dos ‘prepostos” da quadrilha:

“Depois de algum tempo, o José Sanchez e os outros diretores, após verificação, constataram que o Andres estava roubando a própria família, mas também que era habilidoso, levava jeito para praticar delitos… por isso, em vez de criar confusão, o Zé, que sempre foi safo, em vez de demiti-lo disse: “você não gosta de trabalhar… então vou dar um jeito de ser útil para nós e ainda lucrar com isso”… foi aí que colocaram o Andres para ser “laranja” de empresas em Caieiras/SP… “

Com a entrada do ex-presidente do Corinthians no sistema, o grupo SOL passou a funcionar da seguinte maneira:

  • José Sanchez Oller comandava toda a operação do escritório central da SOL Embalagens, em Camaçari/BA, e da SOL Embalagens Flexíveis, em Caieiras, funcionando como patrão de todos, o homem a ser obedecido;
  • A contadora Itaiara Pasotti, prima de Andres (que também está sendo inquerida nas ações criminais citadas), era a responsável por executar e repassar as ordens do “Chefão”para os diretores, e destes para os subalternos;
  • Seis eram os diretores, cada qual responsável por um grupo de empresa de fachada, desde a abertura, até a gestão operacional e financeira dos golpes: Andres Sanches, Wagner Martins Ramos, Wanderley Gomes Gallego, Tulio Monte Azul, Tadeo Sanchez Oller e Ismael Pugliese;
  • Haviam outros nomes, subalternos, que revezavam-se para compor a sociedade com os diretores e tinham também a responsabilidade de abrir novas lojas, para que dessem vazão à produção e às compras, que existiam, muitas vezes, somente no papel.
  • Filiais foram abertas, neste procedimento, no Amazonas, em Belém/PA, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em boa parte do Nordeste (Fortaleza, Salvador, etc) e, obviamente, em São Paulo (Capital, Sorocaba, Campinas, etc).
  • Atualmente, está em operação, no CEASA de Campinas/SP, uma “SOL EMBALAGENS”, que existe apenas no papel, realiza os mesmos golpes, escondida num dos diversos galpões do local, em que, por vezes, são alocados, segundo nossa fonte, produto de compras que jamais serão pagas aos fornecedores;
  • Era através das factorings, também abertas em Campinas/SP, entre as quais a famosa SALAMANDRA (exposta pelo Blog do Paulinho após Andres Sanches utiliza-la para emprestar dinheiro ao Corinthians, trazer para o Brasil recursos que seriam ligados a Kia Joorabchian e, dizem, lavar dinheiro do PT), geridas todas pelo Uruguai, através da empresa New But, em Montevidéu, inscrita em nome de Wagner Martins Ramos (um dos seis diretores da SOL), que girava toda a operação financeira da organização criminosa;
  • Recentemente, noticiamos, um destes diretores, Tadeo Sanchez Oller, saiu do Brasil e está morando em Barcelona, na Espanha, segundo informações, na tentativa de evadir-se das investigações correntes no Brasil;

Nossa fonte prossegue:

“O objetivo dos diretores, entre os quais o Andres, era abrir várias lojas para aumentar as vendas e escoar a produção – real ou não (só em Caieiras o esquema movimentava 100 toneladas/dia, sem contar Camaçari/BA)”

“Quando as “lojas” (nomenclatura pela qual são tratadas as empresas fajutas) começam a funcionar bem, iniciam o “Recrutamento”. Supervisor vira gerente e é mandado, como “laranja”, para abrir “lojas” em seus respectivos estados, todas em seus nomes, porém com contratos de gavetas repassando-as (os direitos de operação financeira) aos diretores (Andres Sanches e família)”.

Trata-se do mesmo procedimento utilizado pelo ex-presidente do Corinthians para colocar em nome de duas funcionárias a empresa “Orion Embalagens”, somente descoberto após as vítimas, então funcionárias da SOL, denunciarem à Justiça e à Receita Federal, razão pela qual o deputado federal e seus parentes respondem, neste momento, a ação criminal no STF, sob o julgo do Ministro Luiz Fux.

Sobre a evasão de divisas, fraude fiscal e contrabando, nosso informante disse:

“Eles abriram uma filial em Miami… de lá cometem crimes (para a empresa e contra o Corinthians), inclusive o que você publicou, no caso da ocultação de valores da contratação do Alexandre Pato”

“Um dos esquemas da Sol para Miami é o seguinte: o Andres e outros diretores viajavam como se tivessem vendido material para fora, porém levavam apenas as notas fiscais… daí davam entrada no dinheiro de fora”

“Aproveitavam, também, para trazer, contrabandeadas, peças mais baratas de máquinas, etc, que entravam com notas fiscais fornecidas pela empresa deles próprios, fajuta, nos EUA”

A participação do ex-presidente Lula nos negócios também foi detalhada:

“O Lula sempre foi amigo do José Sanchez, que é quem sempre mandou nos negócios da família… o Andres sempre foi menor… por intermédio dele, o BNDES foi obrigado a emprestar dinheiro a uma das empresas do grupo, a pretexto de financiar máquinas caríssimas, de milhões de reais, que nunca foram pagas… todos sabiam, desde o princípio, que não seriam… e ninguém faz nada de graça…”

O “grande empresário” Andres Sanches, conforme era informado no site oficial do Corinthians após a sua posse como presidente, em 2007, tratava-se, em verdade, de “laranja” útil da própria família, a quem antes teria assaltado, morando de aluguel na Zona Oeste de São Paulo.

A farsa, no clube, foi criada com ajuda de Luis Paulo Rosenberg, que transformou a história do golpista em conto do sujeito que havia ficado rico, conquistado o sucesso à custa de muito trabalho, mas ainda assim sofria preconceito por conta de não falar bem o português (qualquer semelhança com dono de Triplex e sítio em São Paulo não se trata de mera coincidência).

A lorota espalhou-se na mídia, com o trabalho sujo de imprensa do malfeitor Olivério Junior (convencendo alguns, pagando a outros), entre os seguidores do grupo “Corinthianos Obesessivos”, formado por advogados e contadores que queriam participar da política alvinegra, a princípio, enganados no discurso do líder Sergio Alvarenga (porém, depois, mesmo sabendo a verdade, decidiram “olhar para o outro lado”), e na torcida do Corinthians, golpeados pelos criminosos do movimento “Fora Dualib”, que contavam maravilhas do novo “Messias”, a quem, na verdade, ajudavam a assaltar os cofres alvinegros.

Em dez anos, Andres Sanches, mesmo sem receber salários do Timão (e licenciado das “empresas”), ficou milionário e permitiu a elevação da condição financeira de seus parceiros, às custas, porém, da saúde financeira do Corinthians, de quem subtraiu recursos e colocou em dívidas quase impagáveis.

Hoje o deputado não precisa mais da SOL Embalagens, mas, por conta do trabalho investigativo de alguns poucos da imprensa (principalmente, sem falsa modéstia, do Blog do Paulinho), ainda é assombrado com a possibilidade de prisão, seja pelos crimes citados na matéria ou nos cometidos enquanto dirigente alvinegro, alvo que se tornou, por eles, da temida “Operação Lava-Jato”.

 

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