Publicamos, ontem, decisão judicial, em caráter liminar, que nomeou o radialista Alexandre Barros, então presidente da Portuguesa, como administrador provisório do clube, dissolvendo o Conselho Deliberativo, denunciado como “em condição irregular” pelo próprio dirigente ao judiciário.

Golpe ? Presidente consegue liminar, torna-se administrador da Lusa e destitui Conselho Deliberativo

Apanhado de surpresa com o vazamento da informação que escondia há uma semana (desde o dia 9), Barros enviou diversos áudios a associados, conselheiros e sites ligados à Lusa desmentindo tratar-se de um golpe, afirmando que não destituiu ninguém porque o Conselho sequer estava regular, entre outras desculpas, sem esclarecer, porém, as motivações das ações terem sido realizadas em absoluto segredo.

Em verdade, o faca nas costas dos conselheiros da Portuguesa foi ainda mais sorrateira.

Barros protocolou o pedido de liminar no dia 04 de outubro, três dias antes de participar de reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, sem citar aos presentes suas intenções, alegando ainda que tudo estava sob controle na gestão.

O documento foi assinado antes, do dia 03.

No mínimo, teria que detalhar o precedimento, permitindo ao Conselho, democraticamente, escolher o melhor nome, dentre os associados, para ocupar o cargo de “administrador provisório”.

Barros foi eleito Presidente, mas não poderia, unilateralmente, diante do contexto da ação, nomear-se para outra função sem anuência dos poderes do clube.

No documento afirma ser a única pessoa com qualificações para gerir a Portuguesa, razão pela qual, diante das confissões de ilícitos praticados pelo clube, denunciados pelo próprio mandatário, a Justiça não teve outra alternativa a não ser nomeá-lo.

Trata-se, evidentemente, de afronta aos demais sócios, torcedores, conselheiros e cofistas, tacitamente tratados como incapazes de gerir a Lusa.

Pressionado pelo clube, Alexandre Barros talvez não tenha coragem de terminar o que ensaiou fazer, na Justiça, mas os fatos, datas e documentos são absolutamente reveladores de que a operação era sigilosa, e, por razões óbvias, digna de suspeitas.

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