Com 22,8% de queda na circulação de exemplares pagos no período de um ano (entre 2016 e 2017), segundo números da IVC (Instituto Verificador de Comunicação), o jornal “Lance!”, o mais importante periódico voltado ao esporte do país, entrou em recuperação judicial.

A avaliação inclui venda avulsa, assinaturas em impresso e também digital.

Na tentativa de solucionar dívidas que se avolumam, faz algum tempo o Lance adotou a prática de dispensar grandes nomes, trocando-os por quem se dispusesse a realizar o mesmo trabalho (por vezes, até mais), recebendo muito menos em salários.

Alterou, também, a linha editorial, praticamente inviabilizando o trabalho de bastidores, tratando a cobertura esportiva com a profundidade da “Rede Globo”, ou seja, evitando desgastes com a cartolagem.

A aposta, em regra equivocada, de trocar qualidade por economia, impactou negativamente nas vendas e no interesse do público, diante das mais diversas alternativas existentes na internet, muitas das quais o Lance, com o nome que possuía, poderia ter firmado parceria, certamente mais atrativas do que matérias sem objetivo ou colunas escritas por quem nem sempre leva jeito para o ofício.

De revolução editorial, com trabalho sério e relevante, sepultador da tradicional “Gazeta Esportiva”, no auge da concorrência, o Lance transformou-se em cópia fiel dos que substituiu, sem, porém, manter a qualidade de dirigentes e colaboradores, necessária mesmo na atual fase, da “chapa branca”, alinhada mais com o “sistema” do que compromissada com o leitor.

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