Fábio Barrozo

Recentemente, veio ao conhecimento público, um entre dezenas de esquemas que prejudicam o clube, mas garantem o sustento de espertalhões nas categorias de base do Corinthians.

A acusação era a de que Fabio Barrozo, gerente do setor, aliado ao conselheiro Mané da Carne, braço direito do deputado federal Andres Sanches, “dono” do Parque São Jorge, embolsaram dinheiro em transação de jogador.

Provas foram apresentadas, inquérito policial aberto, mas o único punido foi o atleta, dispensado após findar seu vínculo contratual no Parque São Jorge.

Mané da Carne foi absolvido por um Conselho de Ética (que tem como figura principal um advogado tão “obsessivo” que seria capaz de lamber a privada urinada de Andres Sanches), e é figura cada vez mais presente no cotidiano, não apenas da base, mas também do futebol profissional alvinegro.

Para ajudar a Barrozo, uma farsa foi montada pelo comando do clube: a mando de Andres, o presidente Roberto Andrade assinou a rescisão do profissional, concedendo-lhe surreal “carta de recomendação”, que ainda nem precisou ser utilizada, deslocado que foi, com o mesmo vencimento, para o Tigres/RJ, local administrado por deputado carioca, parceiro do corinthiano.

Ontem, soube-se, em matéria de Jorge Nicola, que o Corinthians, apesar de todos os benefícios listados e concedidos a quem saiu do clube acusado de assaltá-lo, em vez de brigar na Justiça com Fabio Barrozo, aceitou acordo numa ação avaliada em R$ 2,5 milhões.

Os “indemitíveis” do Timão, quase sempre aliados na sujeira de dirigentes, existem também noutros setores, alguns mais famosos, outros, inteligentemente, no anonimato.

Mauro “Van Basten” figura na comissão técnica da equipe profissional desde os tempos de Andres Sanches na presidência, passando ainda por todas as reformulações e demissões do departamento, que nunca lhe atingiram.

Sua função oficial é a de “olheiro”, mas, sabe-se, outras mais importantes, e inconfessáveis, são as que lhe garantem o emprego: desde bolso de dirigentes que não podem receber vantagens em suas contas pessoais, até facilitação e indicação de jogadores ligados não apenas à cartolas, mas também a conhecido malandro da imprensa.

Tem ainda André Campoy, preposto de Sanches desde que ambos beijavam as mãos de Nesi Curi; Oliverio Junior, agente de jogadores que se traveste de assessor de imprensa, e vários outros menos notáveis, que, citados todos, cansariam a beleza do leitor deste espaço.

Se um deles for demitido (os que mantém cargos oficiais) ou afastados de seus afazeres (os que transitam às sombras), será desmantelado um sistema de indecências diversas, montado em 2007, num levante iniciado em 2006, amparado na submissão de grupos que se diziam “apartidários”, como o “Fora Dualib”, mas que hoje se lambuzam com as sobras do poder alvinegro.

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