A empresa OMNI, que nos últimos anos detém a administração dos principais contratos do Corinthians, desde a lucrativa venda de ingressos, em que permanece com 50% da arrecadação, passando pelo Teatro do clube, que leva seu nome, até a gestão do estacionamento na Arena de Itaquera, incomodou-se com matéria publicada pelo UOL, em que o candidato oposicionista à presidência alvinegra, Roque Citadini, explicitou:

“Tudo o que diz respeito à gestão [da Arena] está sendo muito questionado. Você ouve questionamentos sobre ingressos, sobre acesso, sobre a Omni, sobre tudo”

“A Omni ampliou tanto as atividades dela que não sabe bem onde isso começa e onde termina. É uma questão que precisa ser resolvida. A ideia que o clube colocou na construção do estádio é que seria gerido por empresa de grande relevância. Citaram empresas americanas que administram estádios. No fim, essa parte acabou esquecida e ficou com a Omni, uma empresa até onde sei só trabalha com o Corinthians. Não sabemos porque ela segue no estacionamento”

Dirigentes da empresa, que tem estreito relacionamento com o deputado federal Andres Sanches (PT), entraram em contato, ainda ontem, com dirigentes do Timão, cobrando declarações que justifiquem (e defendam) a parceria mantida com o clube.

Receberam como resposta que é melhor não tocar no assunto, diante da rejeição à OMNI no Parque São Jorge, e a possibilidade de ampliação do debate, que traria à luz o que funciona, para determinado grupo, melhor na escuridão.

No início de 2017, Roberto Andrade, presidente do Corinthians, então em litígio com Andres Sanches, anunciou rompimento do contrato com a OMNI da questão da gestão do estacionamento, chegando até, em Nota Oficial no site alvinegro, a indicar nova parceira, a “Índigo”, que teria assinado contrato por quatro anos.

http://www.corinthians.com.br/noticias/ver/61900#.WXMILYjyuUl

Hoje não se fala mais nisso.

Ninguém sabe por quais razões a OMNI permaneceu, nem se o clube, em sendo verdadeira a assinatura do vínculo com a “Índigo”, onerou-se para desfazê-lo.

Andrade disse também, em reunião do Conselho, que a taxa de 50% cobrada pela OMNI seria reduzida, por se tratar de “abusiva”.

Nada mudou, também, nesta operação.

A seus pares, no Parque São Jorge, Citadini tem deixado a entender, como insinuou na entrevista, que se vencer as eleições no Corinthians, seu grupo entrará por uma porta e a OMNI sairá pela outra.

Talvez o distanciamento político, histórico, que o oposicionista mantém do deputado federal Andres Sanches, dizem, sócio oculto da empresa, facilite uma tomada de decisão que os recentes presidentes alvinegros, Roberto Andrade e Mario Gobbi, ambos alçados ao poder pelo parlamentar, não ousaram cometer.

Outros grupos que se contrapõem, explicitamente, à parceria são o “Inteligência Corinthiana” e a “Lava-Jato”, que concorrerão ao Conselho Alvinegro nas próximas eleições.

Ambos formados por dissidentes da gestão, além de notórios oposicionistas.

Ciente do desafio, a OMNI, como se fosse organização criminosa, intimida dirigentes, coopta defensores, patrocina associados, distribui ingressos e facilita acessos a camarotes na Arena de Itaquera.

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