Na última semana, o Corinthians, por intermédio do presidente Roberto Andrade, alardeou pela mídia que o clube acertou-se com um grupo de grandes “empresários” para que estes o representassem em negociações com as principais empresas do planeta.
Um embuste.
A trama, que tem por objetivo claro arrecadação de comissões, é capitaneada pelo suspeito Beto Saad, e tem mais agentes de jogadores envolvidos, do que propriamente empresários de alguma relevância.
Ontem, em exemplo, Saad e Roberto Andrade renuiram-se com o Prefeito João Doria, levando consigo, ao menos, quatro profissionais da intermediação esportiva: Gilmar Rinaldi (o), Roque Junior, Milton Cruz e Edmilson.
A postagem da foto, feita pelo “Líder dos Empresários” em mídia social, não citava, a princípio, o nome de Doria, ação corrigida posteriormente após a intervenção de internautas.
É grande a “folha corrida” de Saad nos bastidores do esporte, que indicam investigação por irregularidades em atuação no Pacaembu, calote em camarotes, problemas com ingressos da Copa do Mundo e até favorecimento à colocação de um filho, no Corinthians, como jogador de futebol.
Relatório do TCM (Tribunal de Contas do Município), datado de novembro de 2014, dá conta de investigação da BPS, empresa em nome de Beto Saad, por irregularidades em sua atuação no estádio Paulo Machado de Carvalho:
Entre os sócios da BPS, figura Rodolfo Kussarev Junior, ligado à equipe do Red Bull e sócio José Jorge Farah Neto, neto do ex-presidente da FPF, na FMK Sports, empresa de negociação de jogadores.
O esquema seria referente à comercialização de camarotes do Corinthians no estádio municipal, e beneficiaria, também, o deputado federal Andres Sanches (PT).
Não são poucos os relatos de que atletas ligados a Beto Rappa e, supostamente, ao comentarista Neto, da BAND, à época parceiros do parlamentar, seriam administrados pelo grupo.
Neto, em recente contato com o blog, por intermédio de sua assessoria jurídica, negou qualquer participação em agenciamento de jogadores de futebol.
Saad mantém ligação estreita, também, com Walter Torre Junior, dono da WTorre (que sempre teve interesses no estádio do Corinthians), delatado, recentemente, como recebedor de, ao menos, R$ 18 milhões em propina, segundo documentos da “Operação Lava-Jato”.
Recentemente, Beto Saad foi condenado a pagar R$ 100 mil ao São Paulo, por conta de calotes em aluguel de camarotes no estádio do Morumbi:
O escritor Felipe Morais, autor do livro que biografou Telê Santana, atuante nos bastidores do Tricolor, disse que o camarote da Unyco, no qual, em coincidência, é realizada a gravação do programa “Encontro de Craques”, protagonizado pelo apresentador Neto (fala-se, com sociedade oculta do referido empresário), por conta de novos atrasos, estaria em vias de ser expulso do local pelo São Paulo.
Em nota, por intermédio de seu advogado, Neto negou todas as informações:
O Blog do Paulinho descobriu, em 2014, que, após bancar o reveillon da família Sanches e também de Giuliano Bertolucci (ligado a Kia joorabchian), em Las Vegas, Saad garantiu a contratação de seu filho, Rafael Aflalo, torcedor do São Paulo, para o juniores do Corinthians, com salário de R$ 10 mil mensais.
Para, tudo indica, escondê-lo, o clube emprestou-o ao ‘parceiro” Flamenguinho de Guarulhos”, tocado pelo dirigente alvinegro “Doni Bob Cuspe”, ex-Fora Dualib, com anuência do então diretor da base do Timão, Fernando Alba, local pelo qual disputou a Copa São Paulo.
Promiscuidade: filho de Beto Saad é goleiro, são-paulino e recebe salários do Corinthians
Recentemente, após dispensa da base alvinegra por conta de deficiência técnica, o jovem, durante período de teste no Santos, foi indiciado por homicídio culposo, por conta de atropelamento, dizem, em alta velocidade, de um vendedor ambulante.
Goleiro indiciado por homicídio culposo é filho do jornalista Beto Saad
Ato contínuo, o Peixe, em nota, afastou qualquer ligação formal com o garoto.
O “líder dos empresários” do Corinthians se viu com dificuldades, também, de explicar sua frequência nos estádios da Copa do Mundo de 2014, e concessão das mesmas a terceiros, amparadas em ingressos suspeitos, fornecidos por empresa investigada, pelo FBI, por corrupção no esquema de entradas para o Mundial.
Publicamos, com exclusividade, as cópias e supostas origens dos ingressos de Saad:
É neste mundo, o da triste realidade, que o presidente do Corinthians, Roberto Andrade, diz ter colocado o clube na modernidade, vendendo conhecidos problemáticos do mundo corporativo como se fossem “midas” da excelência empresarial.