Trecho de reportagem de Jamil Chade, ao Estadão, esclarece bem as razões pela qual diversos países (EUA, Espanha, etc.) investigam falcatruas notórias de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e demais integrantes da CBF, no que diz respeito, principalmente, aos acertos indevidos nas negociações de direitos televisivos, mas nada acontece no Brasil:

“Del Nero foi arrolado (em inquérito no exterior) na Copa do Brasil, em trama envolvendo ele, J. Hawilla e Marin. “Hawilla concordou em pagar metade do custo de propinas e distribuir entre Marin, Teixeira e Del Nero.”

“A CBF não respondeu ao Estado sobre o assunto”.

O próprio título da matéria, com subtitulo, revela:

“Del Nero volta a ser apontado em investigação: Justiça dos EUA confirma suspeitas de que Presidente da CBF teria recebido propinas em torneios nacionais”

A grande questão, que desencoraja os investigadores brasileiros a cutucar o vespeiro, é o fato de, diferentemente do que ocorre em investigações de pagamentos de propinas de campeonatos internacionais (Libertadores, Copa do Mundo, etc), em que existe grande leque de compradores, na questão da Copa do Brasil há vendedor identificado (a CBF), intermediário (J. Hawilla) e somente um comprador, há mais de uma década: a Rede Globo.

Ou seja, em comprovadas as suspeitas levantadas pelas justiças americanas e espanholas, de propinas pelos direitos do torneio nacional pagas a Del Nero, Marin e Teixeira, somente a emissora carioca poderia ser a corruptora.

Vale lembrar que o executivo da Globo, à época, responsável pelas negociações com a CBF, era Marcelo Campos Pinto, o mesmo que hoje, em empreitada solo, intermedeia os jogos da Seleção Brasileira, como no caso dos recentes amistosos, vendidos para internet, redes de telefonia e emissoras governamentais (Cultura e Rede Brasil), conforme apurado, em primeira mão, pelo Blog do Juca Kfouri:

http://blogdojuca.uol.com.br/2017/05/quem-esta-por-tras-da-nova-politica-da-cbf-para-transmitir-jogos-da-selecao/

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