Em entrevista ao Diário do Grande ABC, o conselheiro do Corinthians, Roque Citadini, até o momento único candidato à presidência do clube pela oposição, disse que o caminho para resolver os conflitos do negócio do estádio de Itaquera, investigado pela “Operação Lava-Jato”, seria o de levar a construtora Odebrecht à Câmara de Arbitragem:

“A nova diretoria, que espero ser o presidente, tem de ir a uma câmara de arbitragem e o que decidir temos de acatar”

Citadini faz parte de uma Comissão de conselheiros que, no Parque São Jorge, está em vias de emitir parecer, segundo informações, dando conta de, no mínimo, R$ 250 milhões de obras inacabadas na Arena ou, em alguns casos, efetivadas em desconformidade com o contrato.

Recentemente, o rival Palmeiras, na gestão Paulo Nobre, enfrentava problema semelhante com a WTorre, e, na arbitragem, obrigou a construtora a cumprir as clausulas do acordo, não apenas refazendo trechos inteiros da obras da Arena Palestra (ainda por executar) como dividindo, adequadamente, a arrecadação das vendas de cadeiras e camarotes.

O oposicionista criticou, também, a capacidade dos atuais gestores do clube de resolver a questão:

“Essa diretoria não tem condições de renegociar a conclusão do estádio. Não é acusação de candidato, mas eles agiram amadoramente na construção da Arena. Não se trata de atacar, mas o clube precisa renegociar com a Odebrecth, com a Caixa e esse grupo não tem condição disso. Tudo que eles forem falar vão dizer: ‘mas foi você que mandou’. Vira uma confusão”.

Vale lembrar que o ex-presidente alvinegro, Andres Sanches, interlocutor do Corinthians com a Odebrecht, é acusado de receber propina da construtora, assim como o atual vice do clube, André Negão, para facilitar a assinatura de acordo que elevou o preço da Arena de orçados R$ 330 milhões para R$ 820 milhões, depois R$ 950 milhões, finalizando em R$ 1,2 bilhão (sem contar a incidência de juros).

Sanches assinou o contrato original, e, sob suas ordens, os presidentes subsequentes, Mario Gobbi e Roberto Andrade, além do então diretor financeiro Raul Corrêa da Silva, os acordos seguintes, sendo que este, no mesmo período da construção, fechou contrato pelo qual teria recebido R$ 5 milhões, particularmente, em nome de sua empresa, a BDO/RCS, que não apenas auditou as contas da construtora como também da agora delatora JBS.

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