O empresário Paulo Garcia, dono da Kalunga, ainda sem definir a estratégia política na disputa presidencial do Corinthians, iniciou trabalho para, ao menos, encabrestar boa parte do Conselho Deliberativo nas próximas eleições.

Se antes a submissão ocorria por conta do sistema de “chapão”, quando duzentos nomes, num universo de trezentos e poucos, entravam para o órgão comprometidos com o Presidente, agora, com a formação de “chapinhas” de vinte e cinco, o sistema de cooptação é diferente, mais caro,  mas ainda assim possível a quem tem por hábito comprar lealdade.

Garcia, por vezes pessoalmente (antes da viagem de peregrinação religiosa executada no momento), outras através de intermediários, tem se oferecido para bancar grupos de candidatos e suas respectivas chapas.

Evidentemente, fechando contrapartidas.

O objetivo é controlar diversos grupos para impor-lhes a sua vontade e a de seus parceiros, que, por vezes, podem conflitar com interesses do clube.

Paulo Garcia, que tem irmão atuante como empresário de jogadores no Parque São Jorge, pretende, entre outras coisas, liberar a promíscua relação comercial de empresas ligadas a conselheiros, para que estas possam fazer negócios no Corinthians, normalmente em desfavor das melhores propostas, procedimento que hoje, apesar de efetuado por baixo dos panos, é vedado pelo Estatuto.

Recentemente, após colocar R$ 650 mil na campanha do deputado federal Andres Sanches (PT) e R$ 150 mil na de André Negão (PDT), ambos investigados pela Operação Lava-Jato, acusados de lesar os cofres do Corinthians em troca de recebimentos de propinas da Odebrecht, o dono da Kalunga tornou-se proprietário de três cargos relevantes na atual gestão alvinegra: a diretoria de futebol, para a qual indicou Flávio Adauto, a de Finanças, nas mãos de Emerson Piovesan e a estratégica Secretaria da Presidência, tocada pelo seu funcionário Antonio Rachid.

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