Tempos atrás, quando ainda comportava-se como clube de futebol, o Sport Recife venceu diversos títulos regionais e até reivindicou a conquista de um Campeonato Brasileiro, em verdade, apesar do STF, vencido pelo Flamengo.

Uma história, sem dúvidas, importante.

Há quem diga, porém, que seu atual comportamento, que remete ao de Clínica de Reabilitação, se não é tão glorioso ao menos levará seus dirigentes à canonização.

Ontem, foi admitido um interno, aparentemente para exercer função que não realiza, a contento, desde que os primeiros traços de seus diversos vícios dominaram suas atitudes, fazendo-no perder o respeito de boa parte da sociedade.

O sujeito, nos últimos anos, cobrou comissão para contratar profissionais e destes, ainda, teria exigido percentual de salários.

Antes disso, em investigação parlamentar, soube-se que sequer assinava o nome verdadeiro, além de ter errado as contas do imposto de renda.

Recentemente, até os documentos utilizados para comprovar moradia não eram verdadeiros, situação constrangedora que levou-o a uma condenação criminal e impossibilidade, à época, de ingressar na política.

Diante de tantos problemas, os jogos de poker acentuaram-se, espécie de fuga que acabou se problematizando com a compulsão pela vitória – que raramente acontecia – remetendo o paciente a mais situações desconfortáveis, como a de ser cobrado, na Justiça do Brasil, por uma dívida milionária em Las Vegas.

E isso se deu meses atrás, não há anos, como muitos podem vir a acreditar.

Informações dão conta de que, mesmo diante deste quadro absolutamente preocupante, a Clínica Sport cedeu não apenas as dependências para uma reabilitação bem remunerada, daquele que antes era tratado pelos amigos como “Madureira”, mas também os tão sonhados percentuais de lucros sobre contratações de funcionários.

Ou seja, quase o mesmo que tratar, em exemplo, Fernandinho Beira-Mar abrindo-lhe uma “boca de fumo” para ver se o sujeito enjoa de traficar.

Se V(W)anderlei(y) Luxemburgo, que não trafica drogas, mas sempre negociou jogadores, se reabilitará diante de tratamento tão peculiar, somente o tempo dirá, mas o Sport, com dirigentes alheios à realidade ou cúmplices de espertezas, correrá riscos enormes de ter que alterar seu endereço, em fracassando no tratamento (como ocorreu com outras “clínicas”), do catálogo “A” de excelência médica para a indesejável “B”, que lista clínicas menos importantes do cenário nacional.

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