No próximo dia 28, o Conselho Deliberativo do Corinthians se reunirá para votar as contas do exercício 2016 do alvinegro, além da previsão orçamentária para 2017.

Sim, o clube, quase em maio, segue gastando dinheiro sem que exista qualquer regulamentação aprovada.

Não há justificativas técnicas, menos ainda morais, para aprovação da contabilidade corinthiana.

O diretor financeiro, Emerson Piovesan, protocolou documento no CD garantindo que os números do exercício 2014 foram “maquiados” pelo antecessor, Raul Corrêa da Silva, o que, por razões óbvias, comprometem os balanços subsequentes (2015 e 2016).

É impossível analisar o presente sem, ao menos, corrigir, oficialmente, o passado.

Além disso, existe outro fator, grave, que impactou no caixa alvinegro e precisa ser levado em consideração pelos votantes: as propinas pagas (em adiantamento) pela Odebrecht a dirigentes do Corinthians, que, devido ao sistema de pagamento do estádio, indexado aos recebíveis de ingressos dos jogos, por fim, estão sendo devolvidos pelo clube.

Vale a pena lembrar que a Petrobrás, em exemplo, após a constatação dos pagamentos indevidos a políticos, no caso do Petrolão, teve balanços anulados, que tivera que ser refeitos, com resultado bem distante do que havia sido apurado anteriormente.

Sem votar novamente os números de 2014, além de discutir o tamanho do rombo ocasionado pelas propinas, aprovar qualquer balanço do Corinthians seria dar aval à sacanagem, em proteção política a dirigentes, com implicações futuras ao clube, que inevitavelmente terá que voltar ao mesmo assunto, para corrigir-se.

Faz-se necessário, também, o afastamento, nesta mesma reunião, de todos os dirigentes alvinegros que fizeram parte do negócio (estádio) e que são suspeitos de trabalharem contra o clube em troca de “vantagens”, impedindo, em exemplo, destruição de provas ou até mesmo análise de contas que os próprios, por ventura, ajudaram a distorcer.

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