Reportagem de ontem, assinada por Rodrigo Mattos, do UOL, mostrou R$ 4,1 milhões de pagamentos listados nas planilhas do departamento de propinas da Odebrecht pagas a dirigentes do Corinthians.

Pelas datas, confirmam-se informações do Blog do Paulinho, que davam conta de que os “agrados” eram fornecidos mediante assinaturas de aditivos contratuais que elevaram os valores da obra do estádio de Itaquera dos iniciais R$ 330 milhões para mais de R$ 1,2 bilhão.

Os apelidos dados pela construtora aos corruptos são absolutamente criativos: Timão, Papai Noel, Trenó, Rena e Azeitona.

Vale lembrar que trata-se apenas de uma das planilhas e que outros pagamentos estão sendo investigados.

Timão, sabe-se, seria o deputado federal Andres Sanches, já delatado por alguns executivos da Odebrecht.

Restam dúvidas sobre as demais identidades, que serão dissipadas no decorrer das investigações.

Levando-se em consideração o critério das assinaturas de aditivos (e também os relatórios de avanço das obras), não seria nada desleal supor que os nomes rubricados nos citados documentos seriam absolutamente suspeitos do recebimento de vantagens indevidas.

São eles: Raul Corrêa da Silva, Mario Gobbi, Roberto Andrade, Andres Sanches e Luis Paulo Rosenberg.

Não podemos, claro, esquecer do vice-presidente alvinegro, André Luis de Oliveira, o André Negão, também delatado, que chegou a ser conduzido pela Policia Federal e é tratado como a “mula” de Andres Sanches para recebimentos dos valores.

Segundo cálculo desta planilha, R$ 3,3 milhões chegaram às mãos de Andres Sanches (Timão).

Tivemos ainda:

  • R$ 500 mil para o “Papai Noel”;
  • R$ 300 mil para o “Azeitona”;
  • R$ 10 mil para o “Trenó”;
  • R$ 5 mil para a “Rena”

É sabido que a Odebrecht, segundo a PF, pagou propina, em média, de 2% nas obras em que esteve envolvida durante o Governo do PT, algo que, nos cálculos deste estádio, atingiriam R$ 24 milhões, e que há suspeitas, por exemplo, de que Lula dificilmente receberia “agrados” menores do que o de Andres Sanches ou, em hipótese, do ex-financeiro alvinegro, Raul Corrêa da Silva, que, segundo informações internas de fonte da BDO/RSC teria levado R$ 5 milhões, talvez para avalizar as documentações (é fato comprovado que a empresa assinou contratos com a ODEBRECHT logo após o inicio das obras do estádio).

Há ainda muita coisa a ser revelada.

Diante deste quadro, é prioritário que o Conselho Deliberativo do Corinthians, no próximo dia 28, utilize-se do item “Várias” da reunião para, em caráter de urgência, afastar todos os dirigentes alvinegros envolvidos nos negócios, suspeitos que são de levar vantagens indevidas, até que a PF e a Justiça defina o tamanho do rombo e também da culpa de cada envolvido.

Por muito menos, aliás, bem menos, um ex-presidente alvinegro, Alberto Dualib, foi expulso do Parque São Jorge por boa parte destes que agora figuram na diretoria alvinegra, quando não acusados de crimes, silentes perante os fatos, dando a entender participação por medo, ação ou omissão.

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