Durante a semana, em delação premiada, Marcelo Odebrecht, presidente da construtora do estádio de Itaquera, disse que o projeto inicial do empreendimento foi orçado em R$ 200 milhões.

Vale lembrar que qualquer mentira neste depoimento eliminará as vantagens propostas ao empresário, que, por consequência, terá ampliado seu prazo de prisão.

Odebrecht será ainda obrigado a comprovar, com documentos, suas afirmações.

Ou seja, é pouco crível que não esteja falando a verdade.

Em 2010, o ex-presidente do Corinthians, deputado federal Andres Sanches (PT), levou ao Conselho Deliberativo do clube o projeto de construção do estádio em Itaquera, que foi aprovado com o custo de R$ 330 milhões, sob a promessa, ainda, que o clube não colocaria um tostão sequer na obra, que seria bancada com incentivos fiscais.

Diferença de R$ 130 milhões para os valores agora delatados por Odebrecht.

O custo final do estádio, após diversas assinaturas de aditivos (a PF acredita, estimulados com “agrados” da construtora a Andres Sanches), ficou em R$ 1,2 bilhão (sem contar juros, empréstimos e correções).

A dúvida é: desde a origem, ou seja, na reunião de aprovação do Conselho, o estádio de Itaquera foi apresentado com sobrepreço ?

Faz-se necessária apuração minuciosa sobre esta questão, e, em comprovado mais este ato de má-fé, a expulsão dos envolvidos do Parque São Jorge.

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