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Se a indefinição impera entre os conselheiros do clube, que julgarão (logo mais, por volta das 19h) se Roberto ‘da Nova” Andrade merece ou não ser afastado da presidência do Corinthians, o panorama é semelhante nas opiniões sobre o sistema de votação a ser utilizado: voto aberto ou fechado, eis a questão.

A regra, a princípio, prevê a votação sem identificação do conselheiro, mas poderá ser alterada se o presidente do Conselho Deliberativo (que é favorável ao impeachment) permitir.

O quadro atual, salvo as tradicionais traições, é o seguinte:

Pela permanência de Roberto Andrade no poder: seguidores do próprio presidente, conselheiros vitalícios ligados a Paulo Garcia e Alberto Dualib e alguns oposicionistas (minoria) que acreditam ser mais favorável disputar as eleições do clube em 2018 (pelo voto popular) do que agora (diante dum conselho nas mãos da situação);

Pelo impeachment: oposicionistas, além de alguns dissidentes do grupo de conselheiros eleito com Roberto Andrade (aproximadamente 40 pessoas lideradas por advogados que seguem as orientações do “171 do Vale do Paraíba);

Indefinidos: conselheiros que obedecem às ordens do deputado federal Andres Sanches, que espera resposta de Roberto Andrade, até o último minuto, sobre aceitar sua condição para orientar os votos de seus seguidores (estima-se, mais de 100 pessoas), ou seja, tornar-se a Rainha da Inglaterra… é o Fiel da Balança da votação.

Em resumo, se Roberto Andrade aceitar a chantagem, permanecerá no cargo, mas apenas para adoçar o ego histórico, submetendo-se a humilhação de ser mandado por quem se acredita “dono do Corinthians”.

Em caso de recusa, o impeachment parece certo.

Porém, voltando ao dilema de votação aberta ou fechada, o que parece linear (como explicado acima) poderá ser mudado, diante da notória fama ligada à traição de boa parte dos conselheiros ligados ao parlamentar.

Explico: burramente, oposicionistas, que dificilmente mudarão de lado, pedem que o sistema seja alterado para “Voto Aberto”, facilitando a vida de Andres Sanches, que conseguirá controlar o seu “Rebanho”, sem risco de ser “trapaceado” por aqueles que morrem de medo de contrariá-lo.

Se a votação for fechada, o único grupo que poderá ocasionar surpresas, sem o controle do ex-presidente, é exatamente o “encabrestado”, que terá a oportunidade de escolha diferente da “sugerida” pelo “capo” do Parque São Jorge.

Apesar da indefinição do resultado ser opinião da maioria dos que frequentam o Corinthians, apenas o grupo de Roberto Andrade canta vitória, através do secretário geral Antonio Rachid – funcionário de Paulo Garcia, que diz ter 180 votos seguros contrários ao afastamento.

Saberemos se a conta bate, logo mais.

Certo é que não há resultado agradável, a curto prazo, para o Corinthians: se Roberto Andrade permanecer, o clube seguirá a cartilha que infelicita o Timão há quase dez anos; se sair, o vexame de ter um notório contraventor na Presidência jamais será apagado (mesmo que temporário), restando ainda uma herança terrível a ser resolvida pelo próximo mandatário (a ser eleito, pouco mais de um mês depois) que será obrigado a se dividir entre a administração de uma agremiação que respira por aparelhos e o período eleitoral (2018), sempre fomentador de novos problemas.

ATUALIZAÇÃO: o vice-presidente do Corinthians, André Negão, posicionou-se, hoje pela manhã, contrário ao impeachment de Roberto Andrade. Se não se tratar de blefe pode ser indicativo do caminho a ser seguido por “encabrestados” de Andres Sanches

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