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O presidente do Corinthians, Roberto “da Nova” Andrade, e seu diretor de finanças, Emerson Piovesan, comemoram novo acordo para o pagamento de R$ 400 milhões tomados junto ao BNDES, intermediados pela CAIXA.

Não deveriam.

Se antes o clube teria que pagar R$ 5 milhões mensais no prazo de 12 anos, agora pagará R$ 3 milhões, alongados para 20 anos.

Em ambos os casos, o valor principal salta de R$ 400 milhões para R$ 720 milhões.

Há ainda a incidência de juros, variáveis ao longo dessas duas décadas, que deverão ser pagos retroativamente (período em que o clube ficou sem quitar as parcelas para esta negociação) e por oito anos a mais do que estavam previstos, encarecendo ainda mais um estádio com indícios de sobrepreço.

Além disso, com o prazo para a quitação da pendência alongado, ficou maior também o período em que o clube deixará de receber as receitas geradas pelos ingressos de suas partidas do estádio em Itaquera.

A CAIXA bateu o pé e a promessa do Corinthians de reverter o quadro (ficar com 50% da renda) caiu por terra.

100% da arrecadação, durante longos 20 anos, entrarão nos cofres do banco, não do Timão, num arranjo que condena as próximas gestões a dificuldades financeiras evidentes.

Por fim, o mais óbvio, toda a negociação foi discutida, e acertada, tomando como base um valor de estádio que o clube sequer sabe se é real, baseado não apenas nas suspeitas da Polícia Federal (pagamento de propinas a dirigentes, superfaturamento, etc.), mas também nas dificuldades encontradas por auditores em receber documentos da Odebrecht, que indicariam serviços cobrados, mas não entregues, havendo, então, a necessidade de descontar o valor final.

Algo que não mais poderá acontecer no acerto com a CAIXA (que deverá ser assinado nos próximos dias), já que os dirigentes alvinegros, para viabilizar as alterações, aceitam os valores como verdadeiros e as obras como concluídas (o estádio é um dos fiadores da pendência).

EM TEMPO: o depoimento de Roberto Andrade ao Conselho de Ética do Corinthians, no processo de impeachment, será tomado na próxima terça-feira, não hoje, como informado previamente.

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