COPA DO MUNDO 2014: ACIDENTE NAS OBRAS DO ESTÁDIO DO CORINTHIANS

Nos últimos dias, o Blog do Juca revelou problemas estruturais graves do estádio em Itaquera, utilizado pelo Corinthians, que foram comprovados não apenas pelos documentos exibidos, mas também, ontem, por imagens do Globo Esporte, que mostraram incidente ocorrido há menos de 30 dias, quase vitimando um dos funcionários da Arena.

Vazamentos de água, quedas de pares do teto, paredes, etc.

Se o trabalho da Odebrecht seguiu o padrão de quem é personagem principal em investigações de corrupção da “Operação Lava-Jato”, a promiscuidade do Corinthians, que durante todo o tempo encobriu os problemas, coloca em cheque todos os dirigentes que, direta ou indiretamente, avalizaram o negócio.

A construtora claramente não entregou ao clube a obra acordada em contrato que sofreu cinco ou seis inexplicáveis mutações, nenhuma delas favoráveis, nem por uma clausula sequer, ao Corinthians.

Porém, a Odebrecht possui documentos que indicam, inexplicavelmente, que os cartolas alvinegros, e os empresários responsáveis pelo Fundo gestor do estádio, deram aceite ao que fora, indevidamente, entregue como 100% finalizado: o último relatório de avanço com a indicação, inclusive, de emissão de Nota Fiscal e os balanços do Arena Fundo, auditados por empresa ligada ao diretor financeiro do Timão, Raul Corrêa da Silva, que, explicitamente, tratam a construção como finalizada.

Voltando ao assunto estrutural do estádio, que, além de não finalizado, parece ter sido construído com materiais e mão de obra de qualidade duvidosa, tivemos acesso às 12 últimas contas de água da Arena, que revelam, diante da instabilidade de números, indícios de que há problemas (vazamentos, infiltrações, etc.).

Fica nítido que, por vezes, existe perda de água fora da média diagnosticada, em sequencia, o reparo, algum tempo funcionando bem, depois novos problemas e por ai vai, alternadamente, sem porém a preocupação pública de proteção aos usuários, que somente foram avisados pela mídia, e nem sequer imaginavam qualquer tipo de risco na utilização do estádio.

Outubro de 2015

Volume consumido: 2.223 m³

Preço da conta: R$ 475,60 (valor que a SABESP não soube explicar)

Novembro de 2015

Volume consumido: 2.723 m³

Preço da conta: R$ 64.752,94

Dezembro de 2015

Volume consumido: 2.674 m³

Preço da conta: R$ 63.587,72

Janeiro de 2016

Volume consumido: 1.987 m³

Preço da conta: R$ 47.250,86

Fevereiro de 2016

Volume consumido: 2.623 m³

Preço da Conta: R$ 62.374,94

Março de 2016

Volume consumido: 2.693 m³

Preço da Conta: R$ 64.039,54

Abril de 2016

Volume consumido: 3.434 m³

Preço da Conta: R$ 83.815,65

Maio de 2016

Volume consumido: 2.241 m³

Preço da conta: R$ 56.471,80

Junho de 2016

Volume consumido: 1.364 m³

Preço da conta: R$ 35.163,92

Julho de 2016

Volume consumido: 2.380 m³

Preço da conta: R$ 61.356,40

Agosto de 2016

Volume consumido: 3.226 m³

Preço da conta: R$ 83.168,18

Setembro de 2016

Volume consumido: 2.008 m³

Preço da conta: R$ 51.766,24

Outubro de 2016

Volume consumido: 1.898

Preço da conta: R$ 48.930,44

Atualização: sobre o assunto, vale a pena ler também: http://blogdojuca.uol.com.br/2016/11/o-que-a-arena-corinthians-desperdicou-em-plena-crise-hidrica/

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