Paulo Garcia e negão churumelas

Em 2014, o empresário Paulo Garcia, dono da Kalunga, escandalizou os bastidores do Corinthians após revelação de que tratava do maior doador de campanha do então candidato a deputado federal, Andres Sanches (PT).

Foram R$ 635 mil (R$ 541,7 mil em nome da Spiral, R$ 80 mil na pessoa física e R$ 13,5 mil registrado para a Kalunga).

Ambos, no clube, vendiam-se como desafetos.

Em verdade, por intermédio doutro Garcia, o irmão Fernando, sócio oculto de Sanches em transações de jogadores, a proximidade já existia.

Nos últimos meses, após a definição da candidatura a vereador do vice-presidente do Timão, André Luiz de Oliveira, o André Negão (braço direito de Sanches), o Parque São Jorge ficou em alerta para saber se o procedimento se repetiria.

Eis que, amparado em provável disfarce contábil, a expectativa parece se confirmar.

Na prestação de contas de André Negão, existe apenas R$ 107.500,00 de entrada de recursos, destes R$ 103.050,00 são tratados como “doação” do próprio candidato, o que, em tese, soa improvável.

As outras “doações” são R$ 4 mil em nome de Mario Teixeira Branco (na verdade, dono do imóvel na avenida Celso Garcia em que o candidato tem utilizado como um de seus QGs), e R$ 500 de um tal Jefferson Oliveira de Souza.

Mas é no item “despesas” que o mistério começa a ser elucidado.

Dos supostos R$ 157.059,44 discriminados, até então (mais do que a arrecadação), R$ 113.159,36 são ligados ao empresário Paulo Garcia (R$ 112.880,16 pela Spiral e R$ 279,20 pela Kalunga), aproximadamente 72% do montante.

Os gastos estão discriminados como “publicidade em materiais impressos”.

O restante dos supostos gastos são distribuídos em diversas fontes, todas com valores insignificantes.

Gente ligada a ambos garante tratar-se de “manobra contábil” para esconder outro gesto “generoso” de Paulo Garcia a um membro da elite do grupo capitaneado por Andres Sanches.

Meses atrás, em postagem de facebook, André Negão publicou fotografia em que aparecia abraçado não apenas ao dono da Kalunga, mas também ao lamentável Olivério Junior (assessor não por acaso de Garcia, Sanches e Kia Joorabchian), com os seguintes dizeres:

“Paulo Garcia será o arrecadador de doações para campanha do ALO Presidente”

“ALO” é alusivo às iniciais do nome do candidato, André Luis de Oliveira.

Diante do histórico recente, envolvendo não apenas a política nacional como também movimentações suspeitas nos bastidores alvinegros, fica difícil duvidar da informação.

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