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Na última quinta-feira, o conselheiro do Corinthians, Roque Citadini, iniciou a publicação de uma série de vídeos, que serão postados semanalmente, em que trata sobre assuntos relacionados à gestão alvinegra.

O primeiro falou sobre os problemas das categorias de base.

Numas das questões mais polêmicas, a da relação entre o clube e os empresários de futebol, Citadini disse que a política adotada pelo Timão na base é desastrosa, e que os jogadores só deveriam jogar no clube se estiverem 100% vinculados ao Corinthians.

No mesmo dia, a diretoria alvinegra respondeu, através do site oficial.

Destacamos a parte em que o coordenador Agnello Gonçalves (foto), ligado a André Campoy (laranja de Andres Sanches desde os tempos de Nesi Curi) um dos dirigentes mais denunciados por corrupção no Parque São Jorge, tenta justificar a promiscuidade corinthiana com os agentes de futebol:

“A presença do agente no futebol hoje é inevitável. Isso é uma cultura do Brasil. Eu me atento só na parte técnica. Apesar de se relacionar com um empresário ou outro, e essa relação é estritamente profissional, mas ela acontece há algum tempo. O representante oferece o jogador, ele fica de 15 a 20 dias aqui, ou quanto tempo o clube achar necessário, e eu, junto com o treinador, fazemos o relatório sugerindo, ou não, a contratação desse atleta e por quê.”

Abaixo você confere a resposta do Corinthians, na íntegra:

http://www.corinthians.com.br/site/noticias/2014/11/13/17h21-id24370-saiba-como-e-feito-o-trabalho-do-corinthians-nas-categorias-de-base.shtml#.VGcj2vnF8yg

Vale a pena conferir, também, o vídeo gravado por Citadini que motivou a reação da diretoria alvinegra:

TRANSCRIÇÃO

Corinthianos e corinthianas,

O Corinthians nos próximos meses terá a sua eleição e deve aproveitar o período que a antecede, esses três meses, e discutir os maiores problemas que o clube tem, afinal é para isso que nós vamos ter um processo eleitoral: para se discutir os problemas e as soluções.

Um dos maiores problemas que o clube vive nos tempos atuais é a questão das categorias de base.

A categoria de base é aquela que revela jogador. O Corinthians tinha uma grande história na revelação de jogadores. Cito, por exemplo, Rivellino, que foi o maior jogador que eu vi jogar, um grande jogador, e que foi revelado pelo Corinthians assim como tantos outros, que não caberia citar aqui para não esquecer de nenhum deles, mas nós podemos ver ad importância do clube revelar jogadores quando nós olhamos aquelas fotografias de times que foram campeões.

Em qualquer período você encontrará sempre três, quatro, cinco, até muitas vezes mais jogadores revelados no Corinthians e que se sagraram campeões.
Infelizmente, isso mudou. O clube adotou uma nova política de categoria de base que tem se demonstrado desastrosa para o Corinthians. Nós não estamos revelando jogadores e estamos deixando de cumprir aquele papel importante das categorias de base que é formar atletas para o time principal e depois os atletas podem ser vendidos.

O último grande jogador que nós tivemos, revelado pelas categorias de base, foi o Willian, que começou no clube ainda no século passado. Foi um jogador que acabou sendo negociado, uma belíssima negociação, que rendeu muito ao Corinthians. Depois do Willian tudo foi pouco significativo, inclusive em matéria de dinheiro.

Mas porque o clube parou de revelar jogador? Porque houve uma mudança na política do clube que tem dois pontos:
-Primeiro: a maior parte dos jogadores que chegam ao clube já chegam com um parceiro – o parceiro é um empresário que diz que é dono, que deu dinheiro, que deu casa para o pai, para a mãe, e que acaba ficando com 50%, 40%, 60%, 80% dos valores daquele jogador – quando ele for negociado, o clube recebe uma parte e os empresários recebem a outra parte.

É o clube que neste período investe, paga salário, treina o jogador, tudo, mas no final, quem acaba ganhando? Os empresários, e o Corinthians acaba não ganhando. Isto foi num primeiro momento, quando começaram a admitir esses nas categorias de base, esses empresários donos de jogadores.
-Depois, num segundo momento, o clube passou a oferecer que empresários emprestassem dinheiro para o clube, para o time principal, oferecer jogador. Então o empresário emprestava R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, essa coisa toda, e ai como contraprestação ele ia lá na categoria de base e via os jogadores, os meninos que não tinham ainda parceria determinada.

Esta política se mostrou um desastre. O clube não revela, quando revela e vai negociar ganha pouco dinheiro e acabou destruindo praticamente a categoria de base do clube.

É preciso recomeçar quase do zero! E recomeçar com um ponto central: todos os jogadores da categoria de base que o Corinthians formar, 100% é do Corinthians.

Eu seu que dirão: “Ah! Mas se exigir isso daí o jogador vai para outro time”. Que vá! Quem quiser ir para outro time vai lá. Tem o Guarani, tem a Pirassununguense, tem o São Bento… vai para outro time se não quiser, se quiser ficar no Corinthians, o menino que chegar lá para jogar, é 100% do Corinthians, vai receber todo o apoio, e se for revelado o clube ganhará com ele no time, pelo futebol dele, e também pelos negócios.
Sei que dizem: “Ah! Isso não é possível porque os empresários dominam”. Os empresários dominam porque os clubes não enfrentam, porque a hora que enfrentar não tem domínio de empresário.

Então as categorias de base são um problema crucial, onde o clube tem que decidir em fevereiro se vai continuar dessa forma, com os empresários donos de quase tudo, o clube não revelando, e quando revelando não ganhando dinheiro ou se mudará para encontrar um outro caminho.
É difícil ? É, mas o caminho é 100% para o Corinthians.

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