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Tornou-se uma triste rotina, nos últimos anos, a compra dos direitos econômicos dos principais jogadores do futebol mundial pelos mais variados e obscuros “Fundos de Investimento”, que não comprovam origem, nem destino de suas transações financeiras.

No Brasil, o caso mais famoso é o da parceria MSI-Corinthians, em que todos os participantes tiveram graves problemas judiciais.

Ontem mesmo, em declaração à imprensa argentina, o advogado do treinador Daniel Passarela, trazido pelo “Fundo” para treinar o Timão, à época, disse que o ex-zagueiro está prestes a ser preso, por envolvimento em fraudes, lavagem de dinheiro, e desvios diversos no ramo de transações de jogadores.

A Europa acordou para os problemas gerados por esse tipo de “parceria” após o famoso caso, também envolvendo o iraniano Kia Joorabchian, gestor da citada MSI, na atribulada transação de Carlitos Tevez e Mascherano, colocados no pequeno West Ham, da Inglaterra, que teve que pagar 5,5 milhões de libras para não ser rebaixado pela Federação Inglesa.

Desde então, a UEFA comprou a briga, exigindo que a FIFA proibisse qualquer aquisição de jogadores pelos referidos fundos, normatizando que somente clubes de futebol possam ser autorizados a deter direitos econômicos de atletas.

As discussões se arrastaram por anos, devido aos nefastos interesses contrários dos dirigentes da CONMEBOL, fomentados pelos cartolas dos principais clubes da América do Sul, sob o discurso de falência das agremiações se o dinheiro “investido” pelos Fundos deixar de circular.

Na verdade, temem os dirigentes a perda de um importante canal de locupletação, e corrupção, proporcionado pelo pagamento de comissões a agentes e intermediários ocultos, que, invariavelmente, beneficiam, em retorno, o bolso dos que lhes aprovam a operação.

O fim da “farra dos Fundos”, que deve ser aprovada pela FIFA, servirá para a constatação de situações críticas que contribuem, há anos, para o empobrecimento, financeiro, técnico e moral do futebol brasileiro.

Boa parte dos clubes, reféns de empresários, com 98% de seus atletas bancados pelos tais Fundos, quase sempre fomentadores de dinheiro ilícito, ou sem comprovação de origem, terá dificuldades de sobrevivência, expondo, quando não a incompetência, o banditismo de seus dirigentes.

Melhor que seja assim.

Que sobrevivam aqueles que, pelas próprias pernas, de maneira limpa, saibam atuar do mercado da bola com dignidade e honradez.

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