raul correa

O indiciamento por crime fiscal, segundo o MPF, praticado no Corinthians, além da acusação de fraude, feita pela Prefeitura de São Paulo contra a empresa BDO/RCS, de sua propriedade, derrubou totalmente o topete do Diretor Financeiro alvinegro, Raul Corrêa da Silva.

Se antes desfilava com ar de superioridade do Parque São Jorge, com a queda da máscara, o dirigente está cada vez mais retraído.

Os Relatórios de Sustentabilidade do Corinthians e os balanços dos últimos anos, desmentidos pela Justiça Federal, viraram motivo de chacota, além de preocupação pela real condição financeira do clube, que, sem contar a pendência com o “Fielzão”, mais de R$ 1,5 bilhão, estaria devendo, entre impostos e fornecedores, em torno de R$ 500 milhões.

O efeito dominó das denúncias, gravíssimas, atingiu também os negócios de Raul Corrêa, com as empresas concorrentes enviando a clientes e fornecedores relatórios completos sobre sua condição jurídica e empresarial.

Há a possibilidade, ainda, da BDO Internacional desfazer a parceria com a RCS, o que, em tese, seria a ruína financeira do dirigente.

Em menos de um mês, a arrogância transformou-se em desespero, e não há como mensurar, ainda, o final da catástrofe.

Pesquisando um pouco mais do histórico do dirigente do Corinthians, encontramos um de seus textos – uma pérola – publicado em 2005, na revista FORBES, com o título “O Corinthians ganha com a MSI”, que já dava indícios de sua elasticidade moral e maneira de agir no mundo dos negócios.

Diz inclusive que “Fundos de Investimentos” não investem em tijolos (justificando o não investimento da MSI na construção de um estádio), em contrapartida com o que se vê agora, com o “Fielzão”, em que um Fundo, gerenciado pela BRL TRUST, está envolvido no empreendimento.

Conveniência ou mudança de opinião ?

Confira, logo abaixo, trechos de uma defesa apaixonada da parceria:

“Muito tem se falado sobre a parceria entre Corinthians e MSI, com mais opiniões contrárias do que favoráveis

“O que vimos e ouvimos é que não se conhece a origem dos recursos do fundo de investimentos; que a MSI quer ter poder decisivo nas votações e não está garantida a construção de um estádio.”

“Um fundo não ama o Corinthians, tampouco vai colocar a camisa do time na porta da maternidade quando nascer seu filho. Um fundo só tem uma preocupação: fluxo de caixa.”

“Se a MSI não tem coração corinthiano, certamente conhece situações básicas, como o fato de Portugal comprar jogadores brasileiros por preços baixos e revender pelo dobro ou pelo triplo. Sabe que o Corinthians é campeão mundial e é internacional até no nome.”

“A origem dos recursos ? O Banco Central sabe bem como averiguar.”

“Estádio ? Temos que esquecer: fundos não investem em tijolos. De novo, o que vale no negócio é o fluxo de caixa.”.

“E se o estádio é um sonho importante, por que, em vez de dizer que o dinheiro é sujo, não tentamos negociar ?”

“A parceria será boa para o Corinthians ? Sim, desde que entendamos as ambições do Fundo (MSI) e o Fundo entenda a lógica da nação corinthiana.”

raul forbes msi

Facebook Comments