jornalismo sujo

Repercutiu em todo o país a iniciativa do Bahia, absolutamente elogiável, de expor publicamente os jornalistas que figuravam na folha de pagamento do clube, na gestão Marcelo Guimarães.

Uma prática lamentável, mas, a bem da verdade, corriqueira em muitos clubes de futebol do país.

O Corinthians, por exemplo, segundo informações, separava R$ 200 mil mensais, sabe-se lá de que origem, para a essa finalidade.

Os agraciados elogiavam até as crateras no rosto do presidente do clube.

No Tricolor do Morumbi, ex-repórter da Jovem Pan dobrava os vencimentos para defender os gestores, enquanto, na Baixada, o “molha-mão” era tão extenso que, numa entrevista coletiva em São Paulo, o Blog do Paulinho chegou a ser vaiado – como se estivesse numa arquibancada – por fazer perguntas fortes ao ex-treinador do Peixe.

Basta observar a cobertura da CBF para verificar que, há anos, os mesmos de sempre defendem o indefensável, e, como por encanto, surgem em todas as viagens da Seleção Brasileira, sempre beneficiados com as melhores possibilidades de entrevistas.

Os novos dirigentes do Bahia, não apenas prestaram um serviço relevante ao clube, mas também à profissão de jornalista, principalmente aos que se portam de maneira adequada, e quase sempre são alijados pela não participação em esquemas que enganam seus seguidores.

Bom também para que o público, embora boa parte já não se deixasse enganar há algum tempo, possa ser mais crítico com os colunistas que acompanham, e passem a desconfiar de elogios descabidos, prestando mais atenção em matérias, por vezes, desagradáveis, mas trabalhadas na busca da verdade.

Tomara o exemplo seja seguido noutros clubes do país, e também nas redações, em que todos sabem muito bem quem paga, recebe, e, principalmente, se omite perante esse tipo promiscuo de relação.

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