andres-taxinha-2013_03_07-19_30_38-UTC.jpg

Nos últimos dias, vem sendo noticiado, de maneira equivocada, que o Corinthians negocia com a Kalunga a venda dos “naming-rights” do “Fielzão”.

Impossível.

O Estatuto do clube impede que conselheiros possam participar de negociações com o Corinthians, quanto mais obter lucro com a empreitada.

É óbvio que, apesar de não ser os R$ 400 milhões anunciados, qualquer valor que viesse a ser pago pela empresa, para dar nome ao estádio, teria como um de seus objetivos, além de ajudar o clube, dar notoriedade ainda maior à marca, ou seja, tem finalidade lucrativa.

Paulo Garcia, notoriamente um empresário competente, até por isso, é bem assessorado, sabendo, portanto, que, como conselheiro do Corinthians não pode sequer iniciar conversações, que poderiam, após finalizadas, em tese, ser impedidas no Conselho Deliberativo.

Mas, pelo fato das tratativas existirem, mesmo que ainda no período de sondagem, fica bem claro que o negócio, se levado a cabo, diferentemente do que a imprensa noticia, não será fechado, pelos motivos já dispostos, com o clube, e sim com a BRL TRust, efetiva dona do estádio.

Dessa maneira driblaria-se a necessidade de aprovação, ou desaprovação, no Conselho Deliberativo já que, em documento assinado pelo presidente delegado Mario Gobbi, até que a dívida do estádio seja quitada, a BRL Trust, por intermédio do FUNDO ARENA – FII, é dona, além do terreno de Itaquera, de um terço do Parque São Jorge, podendo, ainda, como é o caso, negociar símbolos e patrimônios alvinegros ligados ao estádio.

Eis ai a temeridade.

É óbvio que a Kalunga não realizaria, e nem precisa, pagamentos por fora, ou não contabilizados adequadamente, mas como controlar a entrada de dinheiro, que teria que ser realizada pelo caixa da BRL TRUST, e a consequente amortização da dívida com o estádio, sem que o CD do Corinthians possa ter acesso – e não terá – às verificações ?

Alerta que vale também para outras negociações, ainda mais difíceis de serem fiscalizadas, sempre tendo Andres Sanches como intermediador, como as obscuras reuniões realizadas nos Emirados Árabes.

É louvável, apesar de também ser um negócio, a intenção de Paulo Garcia em ajudar a diminuir as pendências do Corinthians com o estádio, mas, há de se tomar cuidado para não cair num ardil, mesmo que de maneira inconsciente, de um grupo formado por três ou quatro empresas, todas com donos sem patrimônio ou expressividade comercial, que, tudo indica, existe apenas para servir de fachada para remuneração de terceiros.

Facebook Comments