travaglini valdemar

Morreu, ontem, o ex-treinador Mario Travaglini, conhecido, entre outros trabalhos de relevância, por ter permitido a implementação da “Democracia Corinthiana”, no início dos anos 80.

Estava internado há um mês, vítima de câncer cerebral.

Foi também jogador de futebol, tendo atuado nas equipes do Ypiranga, Palmeiras, Nacional e Ponte Preta.

Como treinador dirigiu o Palmeiras, conquistando o Campeonato Paulista de 1966 e a Taça Brasil de 1967, sendo, também, Campeão Brasileiro de 1974 pelo Vasco da Gama, Campeão Carioca de 1976, pelo Fluminense, fazendo parte, ainda, da comissão técnica da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978.

Ao chegar ao Corinthians, em 1981, deu aval para o início de um movimento democrático de jogadores, em tempos de ditadura, contribuindo para a formação de uma das maiores equipes formadas pelo clube, com o Dr. Sócrates no comando, e o jovem Casagrande, no auge, despontando.

Conquistou, nesse sistema, o Campeonato Paulista de 1982.

Neste ano, ainda garoto, este jornalista acompanhava, diariamente, no Parque São Jorge, os treinos e o clima, sempre festivo, daquela equipe.

Atencioso, Travaglini, ante da final contra o São Paulo, vencida pelo Corinthians por três a um, encostou onde costumávamos ficar, eu e minha mãe, no alambrado, e falou:

“Garoto, você esteve aqui, conosco, em quase todo o ano… deu sorte ! Se vencermos, vou te dar a bola do jogo…”.

Dito e feito.

Dias depois, Travaglini pediu a Helio Maffia, preparador físico, que me entregasse o “troféu”, que permanece em minha residência, intacto, como a lembrança desse senhor, que jamais se apagará.

Que descanse em paz.

Em tempo: Travaglini será enterrado, às 17h. no cemitério do Araça, em São Paulo

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