tietê

Por ALBERTO MURRAY NETO

Recebi um e-mail de Antonio Carlos Navarenho, informando que a Prefeitura Municipal de São Paulo irá demolir o conjunto aquático do Clube Tietê. Lá existe, também segundo Navarenho, a primeira piscina olímpica da América do Sul, de 1.934. O Tietê foi um dos mais importantes clubes multi esportivos do País, palco de grandes eventos e de onde surgiram grandes atletas, dentre os quais Maria Esther Bueno e Maria Lenk. Uma pena que o Clube tenha terminado.

Sou contra o poder público socorrer entidades privadas que, por más administrações, acabaram falindo. Não sei porque o Tietê foi à bancarrota. Acharia incorreto que o Estado pussesse um centavo que fosse nos cofres do Clube, assim como sou contra às sucessivas anistias que o Governo Federal dá às agremiações de futebol, das mais variadas formas.

Mas sou contra a destruição do conjunto aquático do Tietê. Se a Prefeitura de São Paulo encampou o imóvel, deveria preservá-lo como um espaço esportivo. Poder-se-ía fazer uma parceria com algum órgão privado para revitalização e manutenção do espaço. Destruir aquele conjunto aquático é um disparate, uma falta de visão, pois alí poderia ser um centro popular de prática esportiva, sem falar da importância histórica do local. Quando se mata um lugar como as piscinas do Tietê, apaga-se um pouco mais a memória do nosso esporte.

Recentemente vimos que o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos entrou em uma contenda com o governo do Estado do Rio por não ter cumprido a promessa de manter ativo o centro de treinamento de saltos ornamentais. Pois estaria aí uma chance de fazer do conjunto aquático do Clube Tietê um espaço para o esporte popular, iniciação de crianças, população em geral e, também, para o alto rendimento.

Ocorre que a Prefeitura de São Paulo não tem o esporte como prioridade. Não há vontade política para desenvolver o esporte no Município. E essa não é uma questão de falta de visão e de vontade política somente da Prefeitura de São Paulo. O esporte popular não é prioridade de nenhum governo do Brasil.

E que fique bem claro que sediar grandes eventos e construir obras não é política social e de saúde pública no esporte.

O Comitê Olímpico Brasileiro, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e a Federação Paulista de Natação, para quem dirigi um e-mail, deveriam agir para preservar esse local. Nosso povo precisa ter acesso ao esporte.

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