Além da suspeita de contribuir para possíveis ilícitos de uma empresa sobre a qual pouco ou nada se tem de informação (origem de dinheiro, participantes, etc.), e, quando existe, causa preocupação, como a exposição de seu intermediário, Renato Duprat, um lamentável dos negócios, há ainda mais razões para desconfiar das intenções dos dirigentes santistas no negócio Leandro Damião.
Primeiro, a mentira.
Da afirmação de que os “patrões” de Duprat teriam contratado o atacante por R$ 42 milhões e utilizado o Santos apenas com o vitrine, sem custo para o clube, à declaração, posterior, do presidente do Peixe, Odílio, de que, na verdade, o que existiu foi um empréstimo dos valores, que deverão ser devolvidos com juros e correção, muitas inverdades e nebulosidades existem nas mais diversas explicações – e desmentidos.
Certeza apenas que o negócio é terrível, quase irrecuperável financeiramente para o Santos.
Além dos R$ 42 milhões, a diretoria do Santos omitiu que outros R$ 8 milhões foram pagos a título de comissão a intermediários.
Quais ? Ninguém tem coragem, ou, talvez, não possam responder.
Somente por ai, os valores “emprestados” já atingem R$ 50 milhões.
Para garantir o pagamento, o clube da Vila penhorou mais de 20 jogadores com a empresa, quase a totalidade do time sub-20 do Peixe, excetuando-se, apenas, os que já foram prometidos ao Barcelona, ainda na transação do jogador Neymar.
Há quem diga, ainda, que Duprat intermediou outros R$ 25 milhões, dos mesmos “parceiros”, nas mesmas condições, que foram utilizados pelo Peixe para pagamento de dívidas outras, desde ações judiciais até salários de funcionários.
O que torna a relação Duprat- Doyen Sports- Santos ainda mais próxima do que se observou nos tempos tristes da MSI-Corinthians, em que a Mafia Russa se utilizou do clube para lavar dinheiro oriundo de ações criminosas.
O resultado final – que pode ocorrer também no Peixe – foi o de dirigentes condenados, intermediários com ordem de prisão, alguns tendo que sair às pressas do Brasil, dívidas que até hoje não foram honradas, e uma mancha irreparável no nome do clube.