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Reportagem de Rogério Pagnan, para a FOLHA, de hoje, é esclarecedora sobre os hábitos dos envolvidos na construção, a toque de caixa, do “Fielzão”.

A obra está irregular.

“Clandestina”, segundo o MP.

Na prática, a Odebrecht conseguiu aprovação de um projeto, mais simples, sem padrão FIFA, na Prefeitura, mas, desprovida de constrangimento, utilizou outro para levantar o estádio.

Em 2011, o documento autorizado – em tempo recorde de 42 dias, segundo o MP – previa uma arena para 51.542 lugares, com 3702 vagas de estacionamento, além de acréscimo de 25% na área construída.

A que está sendo construída, de fato, além das modificações impostas pela FIFA, terá 46.116 cadeiras e 2.943 vagas para estacionar.

“Não é uma mudançazinha não. Eles pediram o alvará para um projeto e estão construindo outro”, disse o promotor Marcelo Milani.

O novo projeto foi enviado pela ODEBRECHT à Prefeitura somente em julho, com 90% de conclusão das obras, numa maneira de impedir qualquer tipo de embargo, obrigando o órgão a consentir com o que está irregular, e, no máximo, sugerir uma ou outra alteração para que o aval possa ser deferido.

Porém, após o acidente da última semana, que vitimou dois trabalhadores, o MP entende que a obra deve ser, até por estar irregular, “interditada, como sempre acontece.”

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