Leônidas da Silva, um dos melhores jogadores da história do futebol, um gênio antes da era Pelé, completaria 100 anos no dia de hoje.

O homem borracha, inventor da bicicleta, Diamante Negro… muitas são as histórias contadas sobre este mito brasileiro, de talento espetacular, inesquecível para aqueles que, antes da invenção da televisão, lotavam estádios para deliciarem-se com sua arte.

Para homenageá-lo, republicamos, abaixo, o documentário “O homem que venceu o tempo”, exibido pela TV Cultura.

Realizado pelo jornalista Vladir Lemos, apresentador do programa Cartão Verde.

O filme conta a vida e obra desse grande ídolo, não apenas de São Paulo, Flamengo, Vasco da Gama… mas também do futebol nacional.

Na sequencia, outra homenagem, do escritor Jose Renato Satiro Santiago, um dos lutadores pela preservação da memória do futebol mundial.

100 ANOS DO DIAMANTE NEGRO

Por JOSE RENATO SATIRO SANTIAGO

leonidasdiamante

Vésperas de mais um dia em comemorações a Independência da Brasil.

Aliás, o Brasil sequer tinha 100 anos de independência.

Em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, o filho do casal Maria e Manoel viria ao mundo.

Seu nome, Leônidas da Silva.

O maior jogador brasileiro de seu tempo.

Começou a jogar futebol no alvinegro de São Cristovão.

Seu talento fez com que fosse contratado pelo futebol campeão mundial, o uruguaio, onde jogou pelo Peñarol em 1933.

De volta ao Brasil, foi campeão carioca pelo Vasco da Gama em 1934.

Convocado para a seleção brasileira foi autor do único gol brasileiro na Copa do Mundo daquele ano.

No ano seguinte, em 1935, mais um título carioca, desta vez pelo Botafogo.

A seguir, foi para o Flamengo, onde conquistou mais um título carioca, o de 1939, o terceiro por três distintas equipes.

É um dos maiores nomes de toda a história da equipe rubro negra.

Em 1938, comandou a seleção brasileira durante a sua melhor colocação em uma Copa do Mundo até então, a terceira.

Foi o artilheiro daquela Copa, o primeiro brasileiro a alcançar este feito, com 7 gols marcados em 4 partidas disputadas.

Também foi escolhido o melhor jogador daquela competição.

Alcançaria o seu auge na Copa do Mundo de 1942.

A II Guerra Mundial não deixou.

Com quase trinta anos, o que era muito naqueles tempos, e encostado no Flamengo, foi contratado pelo São Paulo.

Para muitos um grande risco para o Tricolor.

Ao chegar a cidade de São Paulo, Leônidas foi recebido por uma multidão ansiosa pela chegada do maior nome do futebol brasileiro, algo inédito em na capital paulistana.

Sua contratação junto ao Flamengo foi a maior negociação de futebol até então.

A sua estreia em 24 de maio de 1942 aconteceu em um clássico frente ao Corinthians, que acabou empatado por 3 a 3, no Pacaembu e registrou o atual recorde de público deste estádio com 72.018 pessoas.

Ainda naquele ano marcaria um gol de bicicleta no clássico frente o Palestra Itália, lance que passou a ser sua marca registrada, o jogador que melhor executou esta jogada ao longo de toda história do futebol mundial.

Apesar disso o São Paulo não foi campeão naquele ano e antes do campeonato de 1943, palmeirenses e corintianos passaram a tripudiar a torcida tricolor.

Afirmavam que se jogassem uma moeda para cima, se ao cair ela desse cara, o Palmeiras seria campeão. Se desse coroa, o Corinthians seria o campeão. Para eles, o Tricolor seria campeão apenas se a moeda caísse de pé.

Pois bem, a partir daquele momento, Leônidas fez com que a moeda passasse cair de pé com grande frequência, o São Paulo se tornou soberano durante os 9 anos em que defendeu suas cores.

Para se ter uma ideia de sua relevância para o Tricolor, basta lembrar que até a sua chegada em 1942, o São Paulo tinha conquistado apenas um título estadual, o de 1931.

Durante sua fase como nosso jogador, o São Paulo conquistou 5 (cinco) títulos estaduais, em 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949.

Mas Leônidas foi mais que isso.

Depois de abandonar os gramados virou comentarista esportivo e chegou a ganhar sete Troféus Roquette Pinto.

Para muitos, Leônidas e Pelé estavam no mesmo nível, com apenas uma diferença, Leônidas foi da época do rádio, Pelé, da televisão.

O Diamante Negro foi convocado para o andar de cima em 24 de janeiro de 2004.

Sua viúva, a querida Albertina, nos conforta ao manter Leônidas próximo a nós todos os dias.

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