Acabo de ler a coluna do jornalista Juca Kfouri, na FOLHA, que, após visita ao “Fielzão”, nitidamente impressionado, relatou tudo o que de mais interessante viu por lá.
Realmente, contando com a possibilidade de ser agraciada com dinheiro público, a ODEBRECHT investiu bastante no acabamento, luxuoso em alguns setores, embora o preço final da obra, pouco mais de R$ 800 milhões, afiançado pelos dirigentes alvinegros, fuja, e muito, da realidade.
Sem falar nas contas de lucro previstos por Andres Sanches, sempre superfaturando a realidade, e nas despesas, os tais R$ 3 milhões mensais, muito aquém do que será realmente gasto.
O dirigente alvinegro esquece-se, nem sempre por acaso, de relacionar as parcelas a serem quitadas com o fundo de investimento, além doutros “emprestadores” diversos, podem girar, chutando baixo, em mais R$ 6 milhões mensais, perfazendo uma despesa aproximada de R$ 9 milhões.
Com o agravante de que, sem pagar os valores devidos, para ficar com o estádio o Corinthians terá que abrir mão de parte do Parque São Jorge (garantia para possível emprestimo do BNDES) e ainda assim continuar devendo, se descontados os CIDS, mais de R$ 300 milhões, sem a conta dos juros de 30 anos.
Vale lembrar que, tirante o assunto estádio, o Corinthians já possui uma dívida, arrastada por anos, que ultrapassa R$ 200 milhões.
Por falar nisso, outra revelação interessante feita ao Juca, pelos dirigentes alvinegros, é a de que o Museu do Corinthians e a Sala de Troféus não mais existirão na sede social do clube, sendo transferidos para o estádio.
O que restará então no Parque São Jorge ?
Suas principais atrações, incluindo-se, evidentemente, o desativado estádio da Fazendinha, daqui menos de um ano, deixarão de existir.
Piscina ? Bar ? Quadras mal acabadas ?
Tudo isso é encontrado nos novos, e até em alguns antigos condomínios na cidade de São Paulo.
Porém, o diferencial, o charme, o chamariz de público, não mais existirá.
O estádio, como diz Juca Kfouri em sua coluna, é realmente ótimo, porém, o negócio, para o clube, é muito ruim.