Assim que noticiamos a criação de um novo fundo de investimento para tentar conseguir o empréstimo do BNDES às obras do “Fielzão”, à margem do conhecimento público e, principalmente, sem consentimento do Conselho Deliberativo do Corinthians, os dirigentes do clube logo correram para “criar” uma versão à imprensa.

Ainda sem explicar o motivo do acordo ter sido feito às sombras, disseram que o tal “fundo” está sendo viabilizado para emprestar, de seus próprios recursos, os R$ 400 milhões que ainda faltam para a conclusão das obras, tendo, como garantia de recebimento, duas alternativas.

A primeira, a tão sonhada liberação dos valores do BNDES, a segunda, um suposto adiantamento de venda de camarotes do estádio, avaliada em R$ 500 milhões, que arcaria com o montante e os juros a serem cobrados na operação.

É um negócio da China, de Zizao, ou talvez de Óz, o mundo mágico que sobrevive na imaginação de Luis Paulo Rosenberg, o criador das “notinhas”.

Sim, porque, em sendo verdade, o Corinthians acaba de criar o negócio perfeito, ou seja, camarotes milionários, vendidos antes mesmo de serem construídos, que garantem, pelo prometido, mais da metade do valor do estádio orçado.

Uma moleza.

Mais interessante ainda é a capacidade dos dirigentes alvinegros em vislumbrar os recursos de um fundo que ainda não existe, e sequer tem seus participantes definidos.

Não há sequer plano de vendas dos tais camarotes, que, assim como os tais “naming rights”, são tratados pelo clube como se fosse venda de frutas no Ceasa.

Difícil acreditar que algum fundo sério jogaria tanto dinheiro na frente tendo como garantia, o abstrato.

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