Um dos mantras mais ouvidos nas rodas de discussões sobre os impostos cobrados no Brasil é de que paga-se muito e pouco se vê de resultado.
Até um impostômetro foi criado para demonstrar os valores arrecadados durante o período anual, criando um clima de desanimo à população.
Por exemplo, nos primeiros seis meses do ano, teriam sido pagos R$ 450 bilhões em todo o país.
Porém, pouco se fala dos valores sonegados pela população, numa cultura que pouco se dá conta da importância social da contribuição.
É fato que nossos políticos não são confiáveis, mas também que são eleitos por nossa incapacidade de avaliação e indignação.
Cobrar e fiscalizar a boa utilização dos recursos arrecadados pelos impostos é direito e obrigação de todos os brasileiros.
Sonegar, além de crime, nos rebaixa ao nível daqueles que tanto combatemos, muitas vezes mais com palavras do que com atitudes.
Tivemos acesso a um estudo realizado pelo SIMPROFAZ (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda), publicado no site “sonegômetro”.
Até o momento, em 2013, a população brasileira sonegou R$ 415 bilhões, valor semelhante ao que foi arrecadado.
Um escândalo !
Esse valor equivale a:
– 5.156.521 ambulâncias;
– 1.441.319 postos de saúde equipados;
– 8.647.916 postos policiais equipados;
– 12.456.996 salários anuais de policiais (SP);
– 30.079.710 salas de aula;
– 20.377.006 salários anuais de professores do ensino fundamental (piso MEC);
– 612.241.888 salários mínimos;
– 1.241.699.072 cestas básicas;
– 2.986.330 ônibus escolares;
– 4.010.628 km de asfalto ecológico;
– 18.672.964 carros populares (Fiat Mille Economy 2p);
– 13.836 presídios de segurança máxima;
– 143.137.931 iphone 5 (16Gb);
– 11.860.000 casas populares (40m²);
– 16.000.000 de bolsas família por 31 anos (básico R$70,00).
Ou seja, mesmo com possíveis desvios ou má utilização de parte dos recursos, certamente alguma coisa do que foi sonegado seria aproveitado para beneficiar a população.
A população brasileira, que reclama com razão de muitas coisas, precisa mudar a cultura do “toma-lá-dá-cá”, da “esperteza”, e parar de roubar dinheiro de si própria ao sonegar impostos que poderiam melhorar, e muito, a condição social de muitos excluídos.