dinheiro torneira

Por JOSE RENATO SATIRO SANTIAGO

As decisões tomadas durante os grandes momentos de qualquer organização são críticos para que se consiga aquilo que é mais difícil, perpetuar seu crescimento.

Desde sua recuperação em campo, com o acesso a Série A, o Corinthians tem acertado em muitas de suas decisões.

A contratação de Ronaldo foi um golaço.

A parceria comercial com o Fenômeno também foi oportuna.

O Corinthians cresceu.

As receitas aumentaram.

Conquistas inéditas vieram.

Mas há questões temerárias.

A proximidade, quase promiscua, com o Poder Público, resulta e ainda resultará danos.

Uma organização que deseja perpetuar seu crescimento, não pode contar com apoios e privilégios ilimitados do poder vigente.

Afinal tudo tem seu preço.

A forma como a empresa Corinthians viabilizou seu estádio gera desconforto até mesmo entre muitos de seus clientes ou torcedores.

Não custa lembrar que nos últimos anos empresas ligadas a um destacado e jovem empresário, filho de outra grande personalidade pública brasileira, também ganhou posição de destaque, até mesmo mundial, por conta de ser um das pessoas mais ricas de todo o mundo.

O que vemos hoje com ele?

Sim, ao que parece o castelo tinha fundações de areia.

A dívida resultante da construção do estádio cobrará seu preço.

Eventual não pagamento também.

Ser considerado preferido e ser efetivamente protegido por um governo também cobrará seu preço.

O aumento do sentimento contrário de todos os demais concorrentes fará com que muitas empresas evitem grandes investimentos associados a empresa Corinthians.

Ou alguém duvida que isso possa ser um dos fatores da dificuldade em se definir os naming rights de seu futuro estádio?

Além disso, lembremos que mesmo com a conquista da Taça Libertadores, há claras dificuldades em se obter contratos exuberantes de patrocínio.

Ainda assim, quando conseguidos a fonte quase sempre é pública.

Dinheiro público no estádio, através de isenções e reduções de impostos (Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo).

Empréstimo público para o estádio (BNDES).

Dinheiro público para patrocínio (Caixa Econômica)…

O fato da estratégia de crescimento estar fundamentada neste tipo de recurso é um risco temerário.

Talvez se seu corpo diretivo gerisse a entidade de forma similar ao que seu técnico de futebol, Tite, faz, veríamos fundações firmes para este crescimento corintiano.

Exagero?

O futuro dirá.

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