Durante a semana, foi publicado o balanço da Real Arenas Empreendimentos Imobiliários S/A, a empresa criada pela WTorre para gerir o estádio Palestra Itália.
Alguns dados chamaram nossa atenção.
Seria de bom tom, por exemplo, que na diretoria da referida empresa estivesse ao menos um membro do Palmeiras, para fiscalizar a operação, que envolverá alguns milhões de reais.
Mas não.
No item “Composição de Diretoria”, existem apenas 4 membros, todos funcionários da WTorre que, por razões obvias, darão prioridade aos interesses da empresa.
Walter Torre Junior, diretor presidente, Paulo Remy Gillet, diretor financeiro, Nilton Bertuchi, diretor, e Rogério Dezembro, também diretor, que já trabalhou para o Palmeiras antes de debandar para o “outro lado”.
O balanço diz ainda que até dezembro de 2012, a WTORRE gastou R$ 235,9 milhões nas obras da Arena, porém, desse montante, R$ 170 milhões foram oriundos de emissão de debentures (empréstimo).
Alarmante é notar que as principais fontes de renda do estádio estão todas dominadas pela incorporadora, e que o Palmeiras tem participação ínfima.
Fazem parte do grupo “Real Arenas”, as seguintes empresas, com a respectivas participações acionárias da WTORRE discriminadas ao lado:
– Arenas Parking (estacionamentos), 99,93%;
– Arenas Tickets (ingressos), 99,93%;
– Arenas Adm. De Espaços Publicitários (placas), 99,93%
– Real Arena Events (shows), 99,90%
– Arenas Gestão de Camarotes, 99,90 %
– Arenas Gerenciadora de Ativos, 99,90%.
Outro dado preocupante é notar que a WTORRE deu em garantia dos empréstimos tomados para finalizar a Arena, ao BB- Banco de Investimentos S/A, os seguintes bens do Palmeiras:
• Cessão fi duciária aos direitos da Escritura de Superfície, todos os direitos creditórios oriundos da exploração comercial da Arena.
• Alienação fi duciária de 100.592.961 ações da Real Arenas
• Garantia fi dejussória adicional.
Para finalizar, a empresa discrimina uma estranha entrada de dinheiro como “Receita de Licença de Uso da Marca”, no valor de R$ 19 mil.
É pouco, porém não se sabe ao certo a origem muito menos se o Palmeiras tem direito a algum percentual.
Pelo balanço, nada é indicado, o que serve de alerta aos dirigentes palestrinos para que verifiquem o contrato, antes que os números se tornem mais relevantes.