Da FOLHA DE SÃO PAULO

Por Pacaembu, Corinthians tenta aluguel mais baixo

Clube quer reduzir pela metade o que paga para jogar no estádio e admite dívida de R$ 500 mil com a prefeitura

No Campeonato Brasileiro, o clube alvinegro paga em média R$ 90 mil para cada jogo na arena pública e quer reduzir a taxa para R$ 50 mil

LUCAS REIS

MARTÍN FERNANDEZ

DA REPORTAGEM LOCAL

Prefeitura de São Paulo e Corinthians já não se entendem quando o assunto é o Pacaembu. Ontem, o presidente Andres Sanchez afirmou que o clube não paga o aluguel do estádio há três meses porque pretende negociar uma nova taxa com a prefeitura.

Hoje, o aluguel do Pacaembu custa 12% da renda para jogos de dia e 15% para partidas à noite. Neste Brasileiro, o clube mandou 16 jogos no estádio e gastou quase R$ 1,5 milhão.

Há cerca de um mês, Sanchez enviou uma proposta para a Secretaria Municipal de Esportes, que administra o campo. Sugeriu que fosse cobrado um preço fixo de R$ 50 mil por jogo.

Em apenas uma das 16 partidas do Nacional a taxa cobrada foi inferior. Contra o Coritiba, o clube pagou R$ 25.540,55. Em sete delas, a conta ultrapassou R$ 100 mil. A média está em torno de R$ 90 mil.

Como os ingressos vão subir de preço em 2010, a tendência é que o valor do aluguel também suba, já que é cobrado proporcionalmente à bilheteria.

Antes de responder ao pedido do Corinthians, a secretaria está fazendo uma pesquisa. Quer saber quanto cobram de aluguel os demais estádios da capital (Morumbi, Parque Antarctica, Canindé) e alguns do interior (Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Campinas). “Enquanto não tivermos todos esses números, não vamos responder ao pedido do Corinthians”, disse Aléssio Gamberini, coordenador de equipamentos da prefeitura. “Pode até ser possível uma redução.”

Sanchez admitiu ontem que o Corinthians deve cerca de R$ 500 mil para a prefeitura. Mas negou que se trate de uma dívida. “Se eu compro um carro em dez prestações, não é dívida”, disse. “Se a gente pagar tudo hoje, talvez a prefeitura tenha que devolver um dia. Vamos esperar. Assim que for definido, o Corinthians paga tudo.”

Gamberini rebateu: “A dívida tem que ser paga, mesmo que haja uma nova taxa. Porque o pedido deles não é retroativo. Para este ano, valem as taxas atuais, que devem ser pagas.”

O diretor financeiro do clube, Raul Corrêa da Silva, disse que “o Corinthians é o cliente preferencial” do estádio e que por isso “a renegociação é normal”.

O estádio onde o Corinthians vai jogar a Libertadores é tema de controvérsia dentro do clube. Andres Sanchez já deu a entender que pode voltar atrás da decisão de não jogar no Morumbi. A dívida com a prefeitura também pode empurrar o time para o estádio do São Paulo.

Segundo a Folha apurou, a opinião de Mano Menezes terá muito peso na decisão. Se o técnico quiser jogar no Morumbi, dificilmente deixará de ser atendido. Mas o treinador já afirmou várias vezes que prefere atuar no Pacaembu.

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