Por NITYA RIOS

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Dizem que, em certa época, era possível ir a estádios de futebol e assistir pacificamente a uma partida.

Quase não me lembro dessa fase.

Habituados a violência e ao eminente medo, famílias e jovens tornaram-se inimigos.

Torcidas organizadas reinam nas arquibancadas.

Isso se repete dentro e fora do estádio.

Nesta quarta-feira (3), torcedores se dirigiam ao estádio Pacaembu, São Paulo, para assistir a semifinal da Copa do Brasil – Vasco x Corinthians.

Na região da Ponte das Bandeiras o trânsito fora interditado para passagem de um comboio de vascaínos, totalizando 15 ônibus.

A confusão começou ao encontrar no caminho um ônibus com a torcida adversária da noite: corintianos.

Briga, briga e mais briga.

Com vários golpes na cabeça, uma vítima fatal.

Outras sete pessoas ficaram feridas.

Rivalidade e estupidez definem-se assim atos como este.

A polícia militar – que deveria “manter a ordem” – não resolve problema algum em brigas nos estádios e arredores.

Por vezes, piora a situação.

Como no caso do são-paulino Nilton de Jesus, baleado na cabeça em confronto com os policiais, no jogo Goiás x São Paulo, em dezembro de 2008.

Nada contra torcidas organizadas, admiro a exatidão e fidelidade para com seus times.

Destaco ainda a importância dos torcedores para uma partida completa, calorosa.

Mas, de que serve a violência?

Essa rivalidade pessoal?

Essa estupidez?

É burrice achar que o time adversário é seu Inimigo.

Ele nada mais é que um possibilitador.

Sem ele, não haveria jogo.

Não haveria torcida.

Nem vitória, nem derrota.

Vivo na esperança de uma tranqüilidade maior, de inibir o medo e fazer-me mais presente nos estádios, torcendo veemente para uma partida limpa e despreocupada.

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