Da FOLHA DE SÃO PAULO

Por JOSÉ ROBERTO TORERO

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O clube que surpreendeu na semifinal, tem goleiro que veio do Vitória, volantes habilidosos e um centroavante matador

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INDEFINÍVEL LEITORA , ambíguo leitor, não sou daqueles comentaristas esportivos que têm medo de prognósticos, que se amedrontam quando se veem diante do desafio de prever o futuro. Não! De modo algum! Jamais me deixarei dominar pelos fantasmas da dúvida, pelas sombras da insegurança, pelos espectros da hesitação.

Sou homem de coragem e escreverei nas linhas abaixo quem será o campeão paulista.

Digo-vos, para começar, que se trata de um time surpreendente, que conseguiu superar seu adversário na semifinal com raça e técnica. E olhem que ele não era o favorito, pois fez menos pontos no decorrer do campeonato que seu oponente e teve que jogar a segunda partida fora de casa. Mas a equipe não se intimidou. Venceu o primeiro jogo em seus domínios por 2 a 1 e, quando foi para a casa do inimigo, nova vitória. E mais fácil que a primeira.

O time está bem em todos os setores. No gol, por exemplo, temos um jogador que é ídolo da torcida. Ele veio das divisões inferiores do Vitória e é capaz de defesas espetaculares. Seus reflexos são rápidos, ele é elástico e pega bolas que parecem impossíveis. Porém, temos que reconhecer, às vezes comete uns erros inexplicáveis.

E o que falar da defesa? Falemos que ela é simples e eficiente. Os zagueiros são firmes, mas não violentos, e, de vez em quando, um deles ainda marca uns valiosos gols de falta. Já os laterais descem bastante e participam bastante do ataque, o que é permitido pela presença de dois volantes. Volantes que, por sinal, são dois bons jogadores. Longe de serem brucutus, sabem sair jogando, têm bom passe e de vez em quando até marcam uns golzinhos.

Quanto ao seu centroavante, muitos duvidaram de sua capacidade.

Afinal, um jogador passado dos 30 é sempre alvo de desconfiança. Mas isso durou pouco. Hoje todos sabem que ele é um matador que domina como poucos este estranho e misterioso ofício de fazer gols.

O técnico é um sujeito sério, um dos novos valores da profissão no Brasil. Ele mostrou arrojo nesta fase de mata-mata do campeonato, não se intimidando e jogando com três atacantes mesmo na casa do adversário. Aliás, três atacantes não é o termo certo, já que ele optou por um inteligente e maleável esquema de 4-2-3-1, que se transforma num 4-2-1-3 com facilidade. Este esquema só é possível porque o time tem dois jogadores que podem funcionar como pontas e como meias-atacantes. E você sabe quem são estes dois: um surgiu nas categorias de base e é amado pela torcida. O outro veio do Rio e já mostrou seu valor.

Pois bem, não fugi da raia e disse aqui quem será o campeão paulista.

Porém, caso você não entendido até agora, digo-lhe explicitamente que o campeão será o bravo alvinegro que começa com a letra “S”. E tenho dito!

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