Vocês se lembram do documento publicado recentemente pelo blog que comprova a doação do terreno do Morumbi para o São Paulo ?

Encontrei no site SPNET a explicação de Laudo Natel, ex-governador do Estado, sobre os fatos descritos no contrato.

Confira abaixo.

 

SPNet – Como a sua experiência no Bradesco o ajudou a não desviar-se do objetivo da construção do Estádio?

Laudo – O futebol precisa caminhar para a profissionalização.

Essa chamada crise no futebol, que hoje enfrentamos, é perene.

No meu tempo nós já vivíamos assim.

Eu costumo dizer que o clube é uma espécie de sociedade anônima, onde o menor acionista dá palpite.

É paixão!

Então, é muito difícil você administrar.

Nós conseguimos esse patrimônio do São Paulo porque eu adotei uma linha dura: não misturar a obra do Estádio com o futebol, porque senão, tudo o que seria destinado para o Estádio, seria absorvido pelo futebol.

Nós vendemos o Canindé, mas o dinheiro só serviu para pagar as dívidas do São Paulo.

Tanto é que o vendemos para um conselheiro do São Paulo, o Wadih Sadi, que depois foi diretor na minha gestão.

A condição dada foi que ele deixasse o São Paulo treinar por lá até o clube ter um outro estádio.

Aí, nós conseguimos o terreno do Morumbi, no loteamento do Jardim Leonor, que seria destinado para a construção de uma praça, mas, ao invés disso, conseguimos a anuência da prefeitura para fazer um estádio.

Compramos outros 25 mil metros quadrados de um total de 154 mil e deixamos 100 mil para o estádio de futebol.

Compramos da Imobiliária Aricanduva os outros 25 mil metros quadrados e eles cederam outros 25 mil.

Por isso que eu digo que o São Paulo tem raízes no Morumbi.

Pelo que recordo, o primeiro tijolo do Jardim Leonor foi colocado para fazer o estádio do São Paulo Futebol Clube; depois foi uma venda de idéias: cadeiras cativas, títulos patrimoniais, campanha do cimento, etc.

Sempre separamos rigorosamente o futebol do estádio, por isso, conseguimos.

Eu digo que o Morumbi foi um milagre!

Um clube que lançou um estádio carregado de dívidas, mas que conseguiu entregá-lo livre de ônus.

Foi um presente que o São Paulo recebeu de toda a coletividade.

Aliás, de toda a coletividade esportiva de São Paulo.

Facebook Comments