Por Roberto Vieira

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Kaká renovou seu contrato com o Milan até 2013. Véspera da Copa no Brasil.

Um jogador de futebol identificado com um clube é coisa rara hoje em dia.

Principalmente com um Real Madrid batendo em sua porta.

Mas nem sempre foi assim.

Antigamente todos diziam. O Santos de Pelé.

O Flamengo de Zico.

O Botafogo de Garrincha. O Palmeiras de Ademir.

Time de botão vinha com a escalação.

Claro. Numa carreira curta como a de jogador de futebol a fidelidade é um luxo de poucos.

A maioria precisa do adultério para fazer um pé de meia. Para o instante em que as pernas não obedeçam mais ao comando do coração. Para o momento da vaia.

Mas os grandes ídolos do esporte não foram ciganos. Salvo raras exceções.

Eles sempre se identificaram com um clube, uma época.

Bobby Charlton e o Manchester United. Eusébio e o Benfica. Di Stefano e Real Madrid. Puskas e o Honved. Labruna e o River Plate.

Em 1997 visitei Barcelona.

Fiquei atônito com o carinho dedicado a Ronaldo pela torcida catalã.

Ele era amado, reverenciado. Endeusado como a Igreja da Sagrada Família de Gaudí.

Um segundo Ladislao Kubala.

Pouco depois, Ronaldo trocou as pesetas pelas liras. Deixou Barcelona órfã.

E sua vida tomou novos e inesperados rumos.

O dinheiro é importante. A carreira é curta. Mas, algumas coisas não têm preço.

No futuro, quando alguém lembrar do Milan deste início de século.

Não dirá, Kaká do Milan.

Sempre irá lembrar do rossonero como: O Milan de Kaká.

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