É notório que o deputado federal Andres Sanches (PT) tem objetivo pessoal, único, ao expor-se como presidente do Corinthians: utilizar o clube para reeleger-se como parlamentar, evitando antecipar sua prisão, inevitável se perder o foro privilegiado e ficar á merce do implacável juíz Sergio Moro.

Ganhar dinheiro com transações de jogadores e outros negócios no Parque São Jorge é inerente à sua personalidade e nunca deixou de acontecer, mesmo durante a gestão doutros presidentes, por ele indicados.

Para viabilizar a eleição, diante da escassez de recursos e a falta de apoio de antigos doadores do PT, além de se escorar no Timão, Sanches precisa correr atrás de dinheiro.

Diante deste quadro, brigar com Paulo Garcia, seu principal doador na campanha anterior, não é o melhor caminho.

Após acordo que viabilizou seu retorno ao cargo máximo do Corinthians, Andres desentendeu-se com o dono da Kalunga por conta de distribuição de cargos, principalmente o financeiro, no qual este queria a manutenção de Emerson Piovesan.

O nome escolhido, Wesley Melo, agradou apenas ao grupo “Preto no Branco”, cada vez mais dependente de Eduardo “Gaguinho” Ferreira, ex-diretor de futebol.

Insatisfeito, mas sempre aberto a negócios, Paulo Garcia ingressou na Justiça alegando fraude nas urnas, em ação que, se tocada com seriedade, talvez possa, em comprovado o ilícito, anular as eleições do Corinthians.

Temeroso em não contar com o dinheiro da Kalunga, Andres Sanches sequer rebateu, deixando apenas que publicassem uma tímida nota de repúdio no site do Timão, negando a manipulação.

Nos bastidores, porém, além de tentar minimizar o problema com Paulo Garcia, o presidente do Corinthians deixou abertas vagas importantes na diretoria (retirou, inclusive, o cargo do futebol de Duílio “do Bingo”, rebaixando-o a “adjunto” de ninguém), no intuíto de novamente entrar em acordo com seu financiador.

Tudo é possível numa relação envolvendo semelhantes.

Desde o desacordo permanecer – o menos provável, até Sanches conseguir adoçar a boca do momentâneo desafeto – com cargos e promessa de apoio político no Timão, fazendo, em consequência, diminuir o inusual desejo de justiça do empresário.

Impossível seria Andres Sanches abrir mão do dinheiro de Paulo Garcia, absolutamente necessário para que possa candidatar-se, novamente, à Câmara Federal.

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