Paulo Garcia, Antonio Rachid e Roberto Andrade

Revelamos ontem (03), pela manhã, que o dono da Kalunga, Paulo Garcia, enviou mensagem de whatsapp a associados alvinegros com objetivo de pagar mensalidades atrasadas de eleitores do Corinthians, condicionando-lhes, para tal, o apoio político.

A famosa compra de votos:

Lamaçal alvinegro: Paulo Garcia é flagrado tentando comprar votos no Corinthians

À tarde, o caso de agravou.

Circulou pelos celulares de sócios e conselheiros, áudio de Antonio Rachid (funcionário de Paulo Garcia na Kalunga), que ocupa cargo, no Corinthians, de secretário do presidente Roberto Andrade, detalhando todo o procedimento:

Questionado pelo site do Globo Esporte, Paulo Garcia confirmou ter partido dele a ordem para execução da operação.

“Você tem que jogar o jogo desses caras, senão eles não saem do poder. Eu ainda não lancei candidatura, estou esperando saírem as regras… Para fazer papel de bobo não dá”

“Para mim não tem negócio de esconder isso ou aquilo. Na sexta-feira (o clube) baixou um decreto para derrubar pela metade o valor das mensalidades. Realmente isso é muito difícil de a gente aceitar.”

“Meu pai, quando foi candidato, ficou 10 anos brigando na Justiça.”

“Segundo o Rachid, eles (grupo da situação) já haviam fechado mais de 700 sócios. Você vai entrar numa eleição com quase de mil sócios de desvantagem? Então eu autorizei. Mas em dois dias não se consegue nada.”

Rachid declarou:

“Posso confirmar. Mandei WhatsApp pedindo votos para as pessoas da chapa, dizendo que o Paulo Garcia está regularizando carteiras. Fim de papo, é isso, não tem segredo”

Este indecente episódio iniciou-se na última quinta-feira (30 de novembro), quando o vice-presidente do Corinthians, André Negão, ordenou que as mensalidades a serem quitadas nos próximos três dias (limite máximo para ativar eleitores no Parque São Jorge) teriam redução de preço de 50%, efetivando, assim, anistia proibida pelo estatuto alvinegro.

A intenção era facilitar (tornando mais barata) a compra de votos efetuada pelo grupo “Renovação e Transparência”, apoiador da candidatura de Andres Sanches, que, segundo informações, atingiu entre 400 e 700 carteirinhas.

Ontem, o presidente Roberto Andrade assegurou a conselheiros que foi contrário ao procedimento, mas, pelo que se observa, não teve coragem de contrapor-se.

Indignados, oposicionistas alvinegros flagraram associados tentando pagar o valor total das mensalidades, sem o desconto promovido por André Negão, mas, todos, foram impedidos de fazê-lo, a não ser que aceitassem a redução do preço, sob argumentação que o “sistema” de cobrança alvinegro – criado e administrado pela empresa OMNI – ligada a Andres Sanches, estava configurado para tal.

Neste lamaçal, em que dois grupos ligados à diretoria do Corinthians (Paulo Garcia/Rachid e Roberto Andrade contra Andres Sanches e André Negão) digladiaram-se pelo monopólio da indecência, observa-se a falta de limites e escrúpulos daqueles que cercaram a administração alvinegra na última década.

Racha que se deu, soubemos, porque o deputado federal, em troca de doação eleitoral para sua campanha ao parlamento (R$ 600 mil, oficialmente – dizem, por fora, muito mais), havia prometido ao dono da Kalunga abrir mão da candidatura para apoiá-lo à presidência do Timão.

Traído, Garcia, que dividiu a administração do clube, nos últimos anos, com Roberto Andrade (desafeto de Andres Sanches – apesar de não ter coragem de admitir), orientou seus diretores indicados (Antonio Rachid, Flavio Adauto e Emerson Piovesan), dificilmente sem consentimento do presidente, a combater o grupo de Andres Sanches, razão pela qual, no primeiro momento, entrou em conflito por compra de votos.

Comissão Eleitoral se reunirá no Parque São Jorge

Miguel Marques e Silva

Logo mais à noite, a Comissão Eleitoral do Corinthians, presidida por um desembargador de justiça, o Dr. Miguel Marques e Silva, se reunirá com candidatos alvinegros, e , sob risco da perda de credibilidade, precisará tomar enérgicas atitudes.

Sugestões do blog:

  • suspender os direitos eleitorais daqueles que foram anistiados nos últimos dias, cobrando-lhes, ainda, a diferença dos valores pagos para quitação das pendências com o clube ou devolver aos que pagaram a mais, a diferença;
  • suspender do clube, impedindo, também, que possam votar ou serem votados nas eleições, por conta de ato lesivo ao Corinthians, os senhores Antonio Rachid e Paulo Garcia, iniciando, concomitantemente, procedimento investigatório para avaliar a gravidade de seus atos – que foram confessados;
  • apurar procedimentos do vice-presidente André Negão, neste episódio, e se houve, de fato, favorecimento à chapa “Renovação e Transparência”, consequentemente, ao deputado federal Andres Sanches;
  • investigar quais integrantes da chapa “Fiéis Escudeiros” (citada por Rachid na gravação), que concorre ao conselho do Corinthians, quitaram suas pendências na última semana

Ao presidente Roberto Andrade, estando anuente ou não com os procedimentos de Paulo Garcia e seus comandados, restará demitir Antonio Rachid, tornando pública, ainda, a insatisfação, que demonstrou a alguns conselheiros, com os procedimentos realizados pelo vice-presidente André Negão, à sua revelia, demonstração clara de submissão incompatível com a grandeza do cargo máximo do Corinthians.

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