andres e lula

Ontem, em Nota Oficial, percebendo que o presidente do Corinthians, Roberto Andrade, iniciou manobra para tentar desvincular-se dos desvios de conduta no âmbito da construção do estádio em Itaquera, a Odebrecht tratou de jogar ao vento toda a verdade descrita em documentos, que, assinados pelos ex-presidentes do clube, deram, oficialmente, como concluída uma obra claramente inacabada.

A construtora rompeu com o Timão, dizendo que não mais construirá coisa alguma em Itaquera, muito menos fornecerá documentos à auditoria (que vem sendo realizada, vejam só, sob comando do advogado do deputado federal Andres Sanches, investigado pela Lava-Jato no negócio).

Desde o primeiro contrato, assinado (o único) por Andres Sanches (em nome do Corinthians), Ricardo Corregio (Odebrecht) – que trabalham, até hoje, na mesma sala do estádio – Carlos Senger (presidente do Conselho alvinegro à época), Marcelo Odebrecht, etc, até os subsequentes, por Mario Gobbi e Roberto Andrade, mandatários do clube, e Raul Corrêa da Silva, vice-financeiro, a Odebrecht vem sendo sistematicamente beneficiada.

Preto do Branco, de acordo com o que está escrito nos documentos, o Corinthians deu por encerrada a construção ainda em 2014 (ao receber o estádio e dar anuência ao “avanço de obras”) e cedeu aos “parceiros” (Corrégio, ligado a Andres) a possibilidade de negociar com fornecedores (que hoje, sabemos, dividiam valores excedentes, lesando os cofres do clube), a propriedade sobre o terreno, além das marcas e símbolos do Timão.

Também, segundo os documentos, a Fundo Arena (gestor do estádio) deve R$ 350 milhões à Odebrecht, o Corinthians, quase R$ 800 milhões à CAIXA (R$ 400 milhões + Juros), restando a disputa para ver quem será o responsável pela quitação doutros valores (empréstimos, etc), de acertos nebulosos (fala-se em mais de R$ 600 milhões + Juros), que foram tomados pelo grupo financeiro composto, vejam só, pela própria construtora, com participação minoritária alvinegra.

Ainda assim, no caso desses empréstimos, o Corinthians, por intermédio da colaboração de seus dirigentes, colocou em garantia os terrenos em que hoje se localiza o Parque São Jorge.

Trata-se, como o leitor já percebeu, da efetivação do “Golpe de Estádio” (previsto por este blog antes da construção, assim que teve acesso aos primeiros documentos assinados), negado pelos dirigentes (com ajuda de uma imprensa passiva, que acordou somente após o leite derramado), mas comprovado diante da exposição pública dos desvios de conduta (com ajuda da Polícia Federal).

Há vítimas evidentes em toda essa história: o Corinthians e os cofres públicos, além de beneficiados claros (seja por dinheiro ou politicamente): Andres Sanches, Lula, Odebrecht, André Negão (acusado de ser o “caixa”, repassador da propina), Raul Corrêa da Silva, Roberto Andrade e Mario Gobbi.

Espera-se pela punição de todos, não apenas na esfera criminal, mas também neste mundo à parte, que carrega os sonhos de milhares de torcedores, cercado pelos muros do Parque São Jorge.

Confira abaixo todos os documentos do estádio, além doutras matérias do blog, que embasam os argumentos de rompimento da Odebrecht com o Corinthians:

Exclusivo! As contas do estádio de Itaquera (com documentos)

Exclusivo: as contas da Arena de Itaquera – parte 2 (BNDES – todos os documentos)

Gestora do “Fielzão” contrata empresa, ligada a Ex-Diretor do Corinthians, para auditar contas do estádio

Corinthians assinou 2.500 Notas Promissórias como garantia de pagamento do estádio

Detalhes dos contratos que garantiram R$ 760 mil (e não R$ 500 mil) ao filho de Lula no Corinthians

Família de Andres Sanches era sócia de Diretor da ODEBRECHT, operador do estádio de Itaquera, preso na Operação Lava-Jato

CAIXA já tem elementos para tomar estádio do Corinthians

Odebrecht ‘encerrou” obras do “Fielzão” em setembro de 2014. Confira valores “oficiais” do negócio

Dois “presidentes” do Corinthians assinaram documentos contra o clube dois dias antes das eleições

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