Por FERNANDO COSTA*

Paulinho,

Em todos os jogos do Corinthians compro meu ingresso na bilheteria do Parque São Jorge, não tenho “fiel torcedor” porque devido ao ritmo da minha vida viajo quase sempre.

E não valeria a pena o investimento.

Vou há jogos duas vezes ao mês, sempre de numerada.

Pois, no último jogo da rodada, ingressos são vendidos pela internet e são distribuídos a torcidas organizadas.  

Nada contra a venda pela internet, acho até bom, acontece que o sistema sempre ocorre problemas, e não foi avisado que todos os ingressos seriam vendidos desta forma.

Porque isso nunca foi feito.

Outra coisa, porque torcida organizada tem direito a ingressos?

Eu compro produtos oficiais do Corinthians, quer dizer, ajudo na arrecadação.

Eles compram camisas de torcida organizada, o que não contribui com o time, pagam ingressos por metade do valor.

E sempre são os primeiros a destruir o patrimônio público.

Não entendo porque eles têm mais direitos que torcedores comuns.

Fora o fato que já virou discurso envelhecido, que pagamos um valor alto para sermos maltratados, ficarmos mal-instalados, usar banheiros de plástico sujos e pagar um absurdo para estacionar o carro na rua.

Voltando ao fato em si, o que ocorreu que nesta segunda-feira, 28/11.

Fui ao Parque São Jorge a procura de informações sobre ingressos.

Abordei na portaria um rapaz funcionário do clube que me disse que possivelmente alguns cambistas poderiam ter ingressos, até me ofereceu o telefone de um deles.

Não aceitei naquele momento por falta de confiança.

Fui até próximo a bilheteria, aonde fui abordado por outro rapaz, o reconheci porque por diversas vezes já havia me abordado dentro do Parque.

Ele me ofereceu ingressos, de setor laranja, insisti para a numerada.

Ele disse que já havia vendido todos.

Então fiquei com o setor laranja.

Ele me cobrou R$ 300,00 e eu negociei por R$ 250,00 fechamos nisso.

Ele então me disse que não poderia me entregar o ingresso ali.

E pediu meu endereço para fazer a entrega.

Como eu já o conhecia de vista, não me importei de fazer isso.

No dia seguinte, ele me ligou do Parque São Jorge e marcou comigo em outro lugar.

Até aí eu estava tranqüilo.

A vontade de ver o jogo era tão grande que não medi esforços e não analisei os perigos.

Comecei a desconfiar na entrega, o rapaz nervoso, tenso e olhando para os lados.

Entreguei o dinheiro, e recebi o ingresso num envelope.

Mas desconfiei, hoje fui ao PSJ conversar com o responsável por arrecadação, um rapaz chamado Ricardo, que me atendeu de forma rápida e pragmática.

Contei que comprei o ingresso dentro da sede do Corinthians, que o ingresso parecia ser falso.

Ele com muita má vontade pediu para ver o ingresso.

Em segundos a constatação que realmente era falso.

Falei da necessidade de relatarmos a policia o caso, o que ele nem levou em consideração.

Apenas me disse que se eu fizesse um BO que ajudaria o Corinthians.

Ele me deu atenção durante 40 segundos, e só desceu porque o BA da 97FM estava lá querendo conversar com ele.

E tinha um motoboy da TV Bandeirantes com um envelope com dinheiro que foi buscar ingressos.

(Quer dizer: Quem trabalha na TV Bandeirantes não precisa acessar internet, bilheteria ou cambista. Pega na mão dos responsáveis, eles podem, o porque? E que não sabemos).

O que queria deixar claro, que não estou preocupado com o dinheiro que perdi o fato de não ver o jogo no Pacaembu.

O que me preocupa, e que tipo de dirigente, incompetente, deixa um bandido acessar suas dependências cotidianamente e nunca fez nada.

Seria conivência?

Alguém ganha com isso?

Eu até errei, não deveria comprar ingressos desta forma, mas se o cara circula pelo Parque sempre e ninguém nunca o denunciou.

E porque tem gente dando legitimidade ao fato.

E eu só comprei porque não imaginava que uma pessoa que vende ingressos e freqüenta o clube sempre, poderia ser um marginal.

Amanhã vou registrar um boletim de ocorrência, e vou procurar informações do clube sobre essa postura.

Quanto à diretoria do Corinthians, essa é uma vergonha – corrupta e incompetente, que não respeita o torcedor comum.

Que deixa os piores tipos operarem dentro do clube, e me parece que com autorização de alguém.

A policia tem que investigar, como ingressos falsos, idênticos ao verdadeiros são vendidos dentro da sede.

Insisto nisto, não foi na rua, não foi no shopping, foi dentro do Corinthians, ali no quintal do clube.

Será que ninguém sabe ou viu?

Sei que perdi, porque o desgaste emocional é pior que o financeiro.

*FERNANDO COSTA é torcedor do Corinthians e conversava, ontem, em seu twitter, com o produtor do programa “Estádio 97”, o “Bá”, sobre este mesmo assunto.

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